(AFP)
Uma breve olhada na classificação dos grupos da Copa Libertadores e não há como esconder o sentimento de surpresa. O primeiro choque é constatar que dos 23 campeões do torneio sul-americano, somente oito – Atlético, Cruzeiro, Grêmio, Flamengo, Vélez Sarsfield (ARG), Nacional (URU), Peñarol (URU) e Atlético Nacional (COL) – brigam pela taça em 2014.
Porém, o “pior” ainda está por vir. No dia em que será aberta a quinta rodada da fase de grupos, apenas quatro clubes ganhadores da competição, entre eles o Galo, teriam uma vaga garantida nas oitavas de final. Grêmio, Vélez e Atlético Nacional completam a lista.
Isso mostra uma nova realidade na disputa. A começar pelas equipes brasileiras. Após 15 temporadas, os representantes paulistas não marcam presença na Libertadores.
São Paulo, Santos, Palmeiras e Corinthians, que juntos colecionam oito títulos, decepcionaram em 2013 e ficaram de fora da corrida pelo Mundial de Clubes da Fifa.
O cenário, em tese, favoreceria a dupla mineira. O Atlético até tem feito sua parte e ficou muito perto do mata-mata, ao liderar o Grupo 4, com 8 pontos. Só que, do outro lado, a turma estrelada capenga no torneio.
O Cruzeiro precisa vencer seus próximos dois compromissos, frente a Universidad de Chile e Real Garcilaso, para avançar na Chave 5. Caso contrário, o time do técnico Marcelo Oliveira será eliminado, pela primeira vez na sua história, ainda na fase de grupos.
A situação lembra a de outro campeão, o Flamengo, que amarga a lanterna da Chave 4. Bom para os azarões Botafogo e Atlético-PR. O Furacão, inclusive, ostenta o posto de melhor brasileiro do torneio, com 9 pontos, no Grupo 1 e sonha em aprontar.
Crise financeira
O Brasil levou a melhor nas quatro últimas edições da Libertadores, com Internacional, Santos, Corinthians e Atlético. Portanto, mais do que nunca, os outros concorrentes da América do Sul declararam “guerra” aos clubes canarinhos, na busca pela quebra dessa hegemonia.
Mas a tarefa é bem difícil, levando-se em conta a crise financeira que assola os vizinhos. Os eternos rivais argentinos estão sem seus dois “gigantes”. River Plate e Boca Juniors sequer chegaram à competição, enfraquecendo as forças do país.
Para ter uma ideia, a confiança foi depositada no Vélez e no modesto Arsenal, que participa da disputa há dois anos. Paraguaios, uruguaios e chilenos também não mostram tanta qualidade. Não é à toa que exista a possibilidade de os mexicanos surpreenderem.
O Santos Laguna, por enquanto, tem o grande desempenho da Libertadores, com 83,3% de aproveitamento, no Grupo 8.