Mackenzie, celeiro de talentos do vôlei nacional está ameaçado

Émile Patrício - Hoje em Dia
20/08/2012 às 08:52.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:35
 (Ronald Hoogendoorn/  FVB)

(Ronald Hoogendoorn/ FVB)

A oposta Sheilla Castro é referência na seleção brasileira feminina de vôlei. Bicampeã olímpica, foi eleita a melhor sacadora em Londres-2012 e coleciona títulos com a equipe nacional e nos times em que atuou no Brasil, tornando-se estrela da modalidade. O sucesso, porém, começou em um clube pequeno, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte: o Mackenzie.

Tradicionalmente conhecido como descobridor e formador de novos talentos do vôlei, o clube revelou também consagradas atletas, entre elas atacantes Ana Paula e Erika Coimbra. Recentemente, chamou a atenção na reta final da última Superliga. O trabalho do técnico Ricardo Picinin mostrou a força de jovens e promissoras jogadoras, como as ponteiras Priscila Daroit, Gabi e Thaís, além da oposta Ingrid.

Só que toda essa trajetória de formador de talentos pode ficar para trás. O patrocinador majoritário do Mackenzie não renovou contrato, e o time, campeão mineiro em 2010 e atual vice, não participará da Superliga 2012-2013 e ainda ficará fora da competição estadual.

Campeonato Mineiro

Para piorar a situação, com a saída do Mackenzie, restarão apenas duas equipes (Minas e Praia Clube, de Uberlândia) confirmadas no Mineiro. O torneio local, portanto, também fica comprometido. Segundo a Federação Mineira de Vôlei (FMV), por isso, ainda não existe data para o início das disputas.

Segundo o diretor do clube, Luís Tito, mesmo que alguma empresa se interesse, ele terá dificuldades em montar uma equipe. Todas as jogadoras e até mesmo o técnico já partiram. “Nós avisamos à CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) que não teremos condições de participar da Superliga. Mas acredito que, se surgisse um patrocínio, eles estenderiam o prazo para inscrição”, diz.
 
Já a FMV está disposta a esperar o Mackenzie. Caso realmente não seja possível a participação no Campeonato Mineiro, a entidade terá que convidar um time de outro estado para recompor o Estadual.

Visibilidade

As jogadoras que alcançaram visibilidade na última temporada pelo Mackenzie conseguiram boas propostas. Priscila Daroit, uma das maiores pontuadoras da edição passada da Superliga, e Priscila Heldes foram para o novo time de Campinas, que será comandado pelo técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães.

A jovem Gabi, outro destaque, defenderá a Unilever, equipe com mais títulos nacionais, enquanto Lara Nobre se transferiu para o Pinheiros. Já a central Letícia Hage vai atuar pelo rival de Uberlândia. O técnico Ricardo Picinin está em Santa Catarina, como auxiliar técnico do time do Brusque.

Além disso, ex-atletas do Mackenzie foram convocadas para o time B do Brasil, também chamado “seleção de novas”. São elas Letícia Hage, Priscila Daroit, Gabi e a líbero Suellen. Neste ano, elas conquistaram o vice-campeonato da Copa Pan-Americana.

Na sequência, o grupo comandado por Cláudio Pinheiro disputou a Copa Yeltsin, na Rússia, e, em quatro partidas, apresentou 50% de aproveitamento, ficando na terceira colocação. Clube do bairro Santo Antônio fez excelente campanha na última edição da competição nacional

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