A 100 dias do Pan, brasileiros esperam de recordes a visibilidade em Toronto

Folhapress
01/04/2015 às 14:49.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:28
 (Toronto 2015)

(Toronto 2015)

Pessoal e intransferível. Assim vai ser o Pan de Toronto para parte dos cerca de 600 atletas brasileiros que estarão nos Jogos no Canadá entre 10 a 26 de julho, ou seja, com início em exatamente 100 dias. Realizado aproximadamente um ano antes da Olimpíada do Rio, a disputa na maior cidade canadense testará desde a adaptação dos atletas a grande eventos multiesportivos até a capacidade de alcançar objetivos pessoais que ainda lhes restam.   Recordes   Um dos principais exemplos de como aproveitar o evento é o do nadador Thiago Pereira, 29, brasileiro com o maior número de ouros nos Jogos Pan-Americanos (12). Ele decidiu ir a Toronto, mesmo com o Mundial de Kazan, na Rússia, começando dias depois, em 2 de agosto, para quebrar dois recordes.   Com 18 pódios, Thiago quer superar o ex-nadador Gustavo Borges, dono de 19. Além disso, ainda pode ultrapassar o ex-ginasta cubano Erick López Ríos, que tem 22 pódios (18 ouros), e se tornar o maior medalhista pan-americano da história.   "Não acho que isso [curto espaço de tempo entre Pan e Mundial] possa atrapalhar. Os nadadores americanos, por exemplo, tem as seletivas para grandes competições muito próximas aos eventos e, mesmo ambas as competições sendo de altíssimo nível, os resultados se mantêm positivo nas duas", analisa o nadador prata em Londres-2012 nos 400 m medley.   Já o campeão olímpico e mundial Cesar Cielo, 28, não vai a Toronto para priorizar o Mundial de Kazan. Mesmo com o desfalque, a natação brasileira deve contar com praticamente sua força máxima na piscina canadense.   Até o momento, 36 nadadores já tem vaga garantida no Pan, mas o número vai aumentar após a disputa do Troféu Maria Lenk, no Rio, a partir de segunda-feira (6).   Hoje, o Brasil tem 460 vagas já garantidas no Pan.   Experiência   Segundo o gerente geral de performance esportiva do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Jorge Bichara, cada equipe nacional tem liberdade para adequar sua preparação para a Rio-2016 e, assim, definir quem deseja levar para o Pan de Toronto.   Bichara cita como exemplo a vela, que deve ter Kahena Kunze, 23, e Martine Grael, 24, no time, para elas ganharem essa "vivência de um grande evento multiesportivo". Eleitas as melhores velejadoras do planeta após o título mundial da classe 49erFX, em 2014, elas ainda não disputaram um Pan ou uma Olimpíada. Eis então a importância da ida para Toronto no ano pré-Rio.   "O Pan sempre foi uma grande competição e não haveria porque ser diferente agora. Todo o espírito das várias modalidades competindo no mesmo lugar, a vila pan-americana, o clima de disputa para ser o país vencedor é, ao meu ver, o mais próximo, senão o aquecimento para os Jogos Olímpicos", ensina Thiago Pereira.   Vale ouro   Com experiência e sem recorde de medalhas, o ginasta Arthur Zanetti, 24, busca no Pan o ouro que lhe falta.  Campeã olímpico e mundial nas argolas, Zanetti ficou com a prata em Guadalajara-2011. Naqueles Jogos mexicanos, ele ainda compôs o time brasileiro que foi ao lugar mais alto do pódio na competição por equipes. Mas o desejo pelo ouro em sua especialidade permanece.   Vontade de quem já ganhou tudo na mesma proporção daqueles que ainda buscam se destacar, como o triatleta Diogo Sclebin, 32.   Melhor brasileiro do ranking mundial, ele trata o Pan de Toronto como uma escala especial em um ano no qual está buscando a classificação para a Olimpíada do Rio.   "Minha principal prova em 2015 é o Pan. Porque dá retorno de mídia e a visibilidade é muito grande. Para um brasileiro, eu diria que um pódio no Pan é mais expressivo, até financeiramente, do que ficar entre os dez melhores na Olimpíada. Mesmo que ser top-10 olímpico seja muito mais difícil", analisa Sclebin.   Além da notoriedade, o Pan também dá vaga para a Rio-2016 no triatlo, assim como em outras dez modalidades.

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