Atletas norte-americanos passam mal; fisiologista da equipe suspeita da água

Folhapress
11/08/2015 às 10:56.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:18
 (Confederação Brasileira de Remo)

(Confederação Brasileira de Remo)

Treze remadores norte-americanos e quatro membros da equipe técnica que participaram do Campeonato Mundial de Remo Júnior, entre domingo (2) e sábado (8) deste mês, na lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio, relataram problemas estomacais e diarreia durante a competição e no período de treinamentos realizado no mesmo lugar. A informação foi divulgada pela Associated Press, nesta segunda-feira (10).   De acordo com a agência, os atletas norte-americanos, com idades entre 16 e 19 anos, tiveram sintomas como vômitos e diarreias. Um deles teria chegado a desmaiar.   A fisiologista da equipe norte-americana, Kathryn Ackerman, afirmou à reportagem que os competidores tomaram todas as precauções na hidratação e na alimentação. Ela não descartou a possibilidade de a contaminação ter sido provocada pela ingestão de alimentos na cidade, mas disse acreditar que a qualidade da água foi a responsável pelos sintomas.   "Meu sentimento pessoal é de que água do lago causou este problema", afirmou.   Através de uma rede social, a técnica da equipe, Susan Francia, já relatava estar passando mal no dia 1º de agosto, durante os treinamentos. "O Rio realmente me pegou. 'Bug' no estômago. Estou caída", afirmou, em uma postagem naquela data. Um dia depois, Susan insinuou que a dieta ingerida no Rio poderia ter sido a causa da indisposição.   A agência informa que outras equipes que participaram da competição relataram problemas semelhantes, embora os americanos tenham sido os mais afetados. Em nota enviada à reportagem, a Federação Americana de Remo afirmou que está investigando o caso envolvendo os atletas que passaram mal. A Confederação Brasileira de Remo afirmou que não foi notificada dos problema.   O Comitê Organizador da Rio-2016 afirmou que foram atendidos 12 atletas no primeiro dia de competição (domingo, 2 de agosto) -sendo 6 americanos, 3 britânicos e 3 australianos. O comitê, no entanto, afirma que foi diagnosticado mal estar causado pela viagem por um médico do órgão.   Há 10 dias, uma análise da qualidade da água encomendada pela AP apontou que a água das competições da Rio 2016 possui um número 1,7 milhão de vezes maior de bactérias e vírus do que o considerado alarmante na Califórnia, nos Estados Unidos.   As amostras foram colhidas em 28 de março, 28 de abril, 23 de junho e 8 de julho deste ano, em seis pontos distintos, sendo dois deles na Marina da Glória e outros dois na lagoa Rodrigo de Freitas. Também foi colhida uma amostra na praia de Copacabana e outra na praia de Ipanema.   Todas as amostras foram mantidas congeladas e processadas em até 24 horas após a coleta.   Nesta segunda-feira (10), ao final da reunião da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), falou sobre os resultados dessa análise.   "Houve muita polêmica sobre a qualidade da água. Não por acaso fizemos dois eventos usando as águas [praia de Copacabana e Baía de Guanabara] -os dois com sucesso. Essas medições podem estar sendo feitas em local onde há de fato problema."

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