Barão ignora favoritismo de rival dos EUA e promete reaver cinturão do UFC

Felippe Drummond Neto e Henrique André - Hoje em Dia
Hoje em Dia - Belo Horizonte
19/07/2015 às 09:34.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:58
 (UFC/Divulgação)

(UFC/Divulgação)

Pouco mais de um ano após perder o cinturão dos pesos galo do UFC para o norte-americano TJ Dillashaw, Renan Barão encara o algoz no próximo sábado, na luta principal do UFC on Fox 16, em busca de recuperar o título da categoria até 61kg. A expectativa é ainda maior porque embora a revanche já tenha sido marcada duas vezes, acabou cancelada em ambas as ocasiões. Após o primeiro duelo entre os dois, que terminou com vitória de Dillashaw, por nocaute, em maio do ano passado, Barão teve o direito da revanche automática que seria disputada no UFC 177, em agosto do ano passado. Porém, no dia da pesagem, o brasileiro passou mal durante o processo de perda de peso, desmaiou e foi levado a um hospital, sendo vetado para a luta. Depois, foi a vez de Dillashaw não ter condições de enfrentar Barão, já que a um mês do combate marcado para o UFC 186, disputado em março deste ano, o americano sofreu uma fratura na costela durante treinamentos.   Mas a hora do esperada revanche está chegando. E é sobre este desafio que Barão fala em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia.   Alguns lutadores disseram que, antes de suas lutas, você sempre fica muito pilhado, mas que na véspera da primeira luta contra o Dillashaw, estava calmo. Acha que isso pode ter atrapalhado? Eu estava muito bem preparado para a luta, estava confiante, mas ele acabou me surpreendendo com uma grande movimentação. Mas eu entrei como entro em todas as lutas, sempre motivado e bem treinado para dar meu melhor. Naquela oportunidade o TJ foi superior, mas podem ter certeza de que dessa vez é ele quem vai se surpreender comigo.   Na primeira luta entre vocês, o que aconteceu com você? O que considera que foi feito de errado? Como eu falei, ele me surpreendeu com a movimentação e o ritmo de luta muito forte; realmente não esperava aquilo. Mas o que fez toda a diferença foi o knockdown que levei no primeiro round. O golpe entrou com tudo e a partir dali lutei no automático.   O que podemos esperar do Renan Barão nesta luta? O que mudou em relação à primeira? Vou tentar botar o meu ritmo na luta. Quero lutar para frente, como sempre fiz em todas os meus combates. Naquela luta eu fiquei atrasado e lento depois do golpe que levei no primeiro assalto, e isso me prejudicou muito. A vida dele foi facilitada depois disso. Agora podem ter certeza de que a história vai ser diferente. Ele vai conhecer o verdadeiro Barão.   O que você realmente pensa a respeito do TJ Dillashaw? E sobre a técnica dele? Penso que ele é um bom lutador, se chegou até onde chegou foi por merecimento, mas eu realmente acho que a nossa primeira luta não traduziu a verdade sobre quem é o melhor. Esse novo duelo vai servir para eu mostrar para todo mundo quem é o verdadeiro campeão. Procuro não ficar falando mal dele porque não é minha praia, já ganhei de muita gente e nunca precisei falar mal de ninguém. Meu negócio é chegar lá no octógono, vencer e trazer esse cinturão de volta para a Nova União (academia de jiu-jitsu do Rio de Janeiro).   Qual a tática que você e o Dedé (Pederneiras, técnico) pensaram para essa segunda luta?  Não costumo revelar minhas estratégias de luta, mas não tem muito mistério. Quero impor meu ritmo e mostrar o Barão que todo mundo se acostumou a ver no UFC. Agressivo, andando para frente e principalmente com o cinturão ao final do combate.    Desde aquela luta, você já identificou alguma brecha no jogo dele? Qual e como aproveitar? Ele tem algumas brechas no seu jogo e eu estudei bastante o estilo dele, mas prefiro guardar isso para mim. Vou fazer o jogo que eu tenho que fazer, partir para cima e vou para definir a qualquer momento. Estou treinando de tudo um pouco para quando chegar lá me sobressair em qualquer situação.   O Dillashaw é considerado o favorito para este combate nas casas de apostas. Isso incomoda? De forma alguma. Eu não estou preocupado com o que as pessoas estão achando, estou concentrado no que eu tenho que fazer para chegar lá e pegar meu cinturão de volta. Se eu vencer, os mesmos que apostaram nele passarão a apostar em mim no futuro.    Se você pudesse escolher um método para vencer o Dillashaw, qual seria? O importante é vencer independentemente da forma como isso aconteça, mas acredito muito que minha mão vai entrar e ele vai cair.   Como foi montada sua preparação? Quais treinadores você teve? Meu camp (preparação) foi muito bom, comecei lá em Natal e depois fui para o Rio, onde fiz praticamente o camp inteiro. Quem me ajudou foram os mesmos de sempre, Dedé e Jair como head coaches; Breno Brígido na preparação física e todo o pessoal da Nova União. Vi muita dedicação dos meus companheiros para me ajudar e isso é fundamental para aumentar a confiança. Quem foi muito importante também foi o Andy Souwer, que passaria dez dias aqui para ajudar o José Aldo e com a lesão acabou me ajudando nesse tempo. É um cara diferenciado e alinhou ainda mais a minha trocação.   Qual importância do Dede Pederneiras no seu trabalho? O Dedé é um verdadeiro paizão. Aqui na Nova União somos uma família e ele é o líder dessa galera toda. Além da relação de pai para filho, ele é o melhor técnico do mundo, tem uma leitura da luta que eu nunca vi ninguém ter. Ele pede coisas muito específicas em cima das falhas do adversário. O Dedé é fora de série, treinador, empresário, pai, amigo; só tenho a agradecer e aproveitar enquanto ele estiver do meu lado.   Atualmente, uma das maiores rivalidades do MMA é entre a Nova União e a Team Alpha Male. O que fazer para isso não atrapalhar na hora da luta? Eu posso falar por mim, isso jamais me atrapalhou ou vai atrapalhar. Essa rivalidade foi criada pela mídia, são as duas grandes equipes do mundo entre os lutadores mais leves, e é natural que nos enfrentemos. Mas meu foco é vencer o combate independentemente de onde meu adversário seja.   O que realmente aconteceu naquela revanche, que você desmaiou? Mudou algo para o corte de peso deste então? Me senti mal depois da pesagem, foi uma fatalidade. Sempre cortei peso normalmente e nunca tive isso. Mas na minha última luta eu fiz um programa diferente para cortar peso e já cheguei na semana da luta faltando pouco a perder. Nessa farei da mesma forma.   O Dillashaw vive falando que você é alto e lento para a categoria. O que pensa sobre isso?  Já falei uma vez e vou repetir: falar até papagaio fala. Minha resposta será dada dentro do octógono.   Apesar de ser um lutador novo (28 anos), você já tem um cartel com quase 40 lutas (36, com 33 vitórias). Qual foi a mais difícil delas? Todas as lutas tiveram suas dificuldades. Não tem como escolher apenas uma.

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