(Marcello Casal jr/ Agência Brasil)
O presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), Andrew Parsons, disse na noite dessa segunda-feira (18) que o resultado do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio não surpreendeu. Para ele, é resultado de um trabalho que está sendo feito há muito tempo.
O Brasil terminou Tóquio 2020 em sétimo lugar, com 72 medalhas, sendo 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze. A liderança foi da China, com 207 medalhas: 96 de ouro, 60 de prata e 51 de bronze. A próxima Paralimpíada de Verão será Paris 2024.
“O resultado do Brasil (nos Jogos) não me surpreendeu de forma nenhuma. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) vem fazendo há muito tempo um trabalho muito bem-feito. Neste último ciclo, apesar das dificuldades, você teve já o resultado do Centro de Treinamento Paralímpico, que é um legado da Rio 2016. Quando a CPB disse que a meta é ficar entre os dez, eu já sabia que eles estavam sendo muito modestos, já sabia que vinha, até pelos resultados do ciclo (olímpico), uma campanha boa”, disse Parsons.
Parsons foi entrevistado no programa Sem Censura da TV Brasil e falou também, entre outros assuntos, sobre os Jogos de Inverno em Pequim em 2022, a entrada de novas modalidades nas paralimpíadas, as mudanças nas classificações das categorias das paralimpíadas e sobre os próprios Jogos.
Para o presidente do (CPI), a paralimpíada tem um papel transformador, sendo importante para diminuir preconceitos e dar mais visibilidade para pessoas com deficiência.
“A paralimpíada é o único evento global em qualquer área de atuação, seja esporte, política, arte, cultura, em que a pessoa com deficiência é o ator principal. É uma plataforma para que a gente mude a forma com que pessoas, com e sem deficiência, enxergam essa questão. A gente demorou muito no movimento paralímpico para assumir que nós somos um evento de altíssimo rendimento, mas a gente é sim uma plataforma para mudar a visão das pessoas sobre as pessoas com deficiência e tornar o mundo mais inclusivo”, disse.
“A primeira reação de qualquer pessoa com um atleta paralímpico é de surpresa, ‘eu não sabia que eles conseguiam fazer isso’. A gente não quer mais surpreender o mundo, a gente quer que daqui a dez anos as pessoas liguem a TV nas paralimpíadas já esperando ser algo extraordinário do ponto de vista esportivo, mas também transformador”.
Veja aqui a entrevista completa:
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