Halterofilista quer feito inédito nos Jogos Olímpicos

Émile Patrício - Do Hoje em Dia
11/07/2012 às 07:42.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:28
 (Divulgação/Vipcomm)

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  Quando subiu ao tablado do levantamento de peso, nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no ano passado, o paulista Fernando Saraiva Reis, de 22 anos e 145 quilos, estava prestes a colocar a modalidade nos holofotes, no Brasil. Agora, a expectativa é de que, nas Olimpíadas de Londres, que começam em duas semanas, ele alcance feito inédito e traga uma medalha ao país. O halterofilista embarca para a Inglaterra no próximo dia 21.    Ele assegurou a vaga olímpica quando ganhou a medalha de ouro no Pan e quebrou três recordes continentais em sua categoria. Com 185kg no arranque (quando o atleta leva a barra do chão à cabeça em um único movimento) e 225kg no arremesso (a barra é levantada, primeiramente, até os ombros e, depois, sobre a cabeça, com o competidor tentando se estabilizar por dois segundos), o brasileiro totalizou 410kg.    Antes da competição, Fernando pesava 100 quilos e, visando aos Jogos londrinos, foi aconselhado pelo técnico cubano Luiz López a engordar. Ele teve que entrar em um regime “inverso” rigoroso. “Ganhei 45 quilos em menos de um ano. Foi duro. Eu comia até sem querer. Tinha uma dieta especial que incluía arroz, feijão e bife até no café da manhã”, explica o atleta. O esforço foi necessário, porque, com devido à altura de 1,85 metro, o ideal era ele competir na categoria superpesado.    A dedicação quase que exclusiva ao esporte vem desde cedo. Sócio do Clube Pinheiros, em São Paulo, Fernando diz que praticou todos os esportes possíveis ainda quando criança. Até que, aos 11 anos, surgiu a chance no levantamento de peso. “Sempre fui mais ‘parrudo’. Então recebi o convite e fui. No início, foi mais recreativo, mas, depois, segui”, ressalta. Logo foi notado e, no Pan do Rio, em 2007, o halterofilista foi o caçula da seleção, participando com apenas 17 anos e 94 quilos.    No começo, a família temia que o esporte atrapalhasse o desenvolvimento de seu corpo. Um médico acalmou os parentes e, hoje, Fernando é o ídolo da casa. “Meus sobrinhos adoram assistir às competições e me acham o homem mais forte do mundo. Sou o Super Homem deles”, conta, achando graça da situação.   TREINAMENTO INTENSIVO   Fernando Reis morou nos Estados Unidos por dois anos, onde começou a graduação em Business. Venceu um torneio americano e trancou a faculdade para se dedicar aos treinamentos no Brasil. “Treino de segunda a sábado, cinco ou seis horas por dia. Se não estou puxando ferro, estou analisando vídeos para aperfeiçoar os movimentos. Quando não faço nada disso, estou me alimentando ou descansando. É treinamento 24 horas por dia”, explica o halterofilista.   A meta para Londres é terminar entre os seis primeiros colocados. Com os pés no chão, ele prefere ter cautela e ressalta que medalha mesmo só nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. “É um resultado que vai nos deixar contentes, até pela minha idade. Nesse esporte, o amadurecimento é de médio ou longo prazo. Preciso ficar mais maduro para ganhar uma medalha. Mas vou dar meu máximo, porque essa é a competição mais importante da minha carreira”, diz. Ele prevê dificuldades diante de atletas que têm o esporte como número um em seus respectivos países. “Os maiores adversários são do Leste Europeu. Levantar peso, na terra deles, é como jogar futebol aqui no Brasil”, justifica Fernando.    Leia mais na edição digital do http://hj.digitalpages.com.br/acesse

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