Inspirado por Cielo, Nicolas quer brilhar em Londres

Émile Patrício - Do Hoje em Dia
19/07/2012 às 10:03.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:40
 (Satiro Sodré/AGIF)

(Satiro Sodré/AGIF)

Para muitos, ele é apenas um atleta que nada à sombra da estrela Cesar Cielo. Para tantos outros, é aquele menino que batalhou duro desde criança para poder integrar a seleção brasileira que está nas Olimpíadas de Londres em busca de medalhas e terá papel fundamental na prova de revezamento 4x100m livre. Nicolas Oliveira, de 25 anos, belo-horizontino que defende o Minas Tênis Clube há 12, partiu para disputar os Jogos Olímpicos pela segunda vez.

Para o nadador, competir tendo na raia ao lado, nos 100m livre, um dos melhores nadadores do mundo, é uma inspiração. “O Cielo é um cara superfocado, que sabe o que quer. Ele calcula toda a energia que gasta nas provas. Estou aprendendo muito com isso. É bom ver que ele é de carne e osso e treina da mesma forma que eu. Até o fato de saber lidar com a pressão e colher o máximo com a natação dá para ter noção. Está sendo muito legal treinar com ele”, afirma.

O atleta morou nos Estados Unidos por oito anos, mas diz que seu tempo por lá acabou. Após as Olimpíadas londrinas, voltará a morar em Belo Horizonte. “Em Minas, eu cresci e me criei. Não vejo a hora de voltar”, ressalta.

Na disputa dos 100m livre, em Londres, ele aponta os concorrentes mais fortes na piscina. “Tem dois caras que estão acima da média: o Cielo e o australiano James Magnussen, que está ‘voando’. No mais, estão todos iguais. Quem tiver mais calma vai ter chance”, revelou Nicolas.

Ele pretende nadar dentro da média de 47 segundos para também subir ao pódio.

“Falam que sou o número dois do Brasil, mas tem que se levar em consideração que o primeiro do país é o recordista mundial e o atual campeão olímpico. Cielo é da minha geração, competi com ele desde moleque e, hoje, tenho a oportunidade de treinar ao seu lado. Ele me passa muita coisa, mas estou buscando o meu espaço”, enfatiza o nadador mineiro, que é chamado de “nilo” pelos colegas.

Suas braçadas serão de suma importância no revezamento 4x100m livre. Ele é o segundo homem de confiança e, como é bem possível ou até provável que Cielo não nade a eliminatória, comandará o time na primeira rodada e terá que fazer próximo de seu melhor para qualificar o grupo para a final. “A expectativa para o revezamento é a melhor possível. Acredito que pode ser uma boa surpresa”, completa.


Melhor performance

Atual campeão dos 50m livre, Cesar Cielo é uma das principais esperanças de medalha de ouro brasileira nos Jogos. Apesar do favoritismo na prova, o nadador acredita que o histórico vitorioso não o garante no topo do pódio e afirma que entrará na piscina como se fosse a última prova da sua vida. Ele vai em busca da melhor performance possível, sem se preocupar com o momento vivido pelos adversários. “Nas Olimpíadas, tudo volta à estaca zero. Tenho que entrar como se fosse a última vez. Estou aqui para fazer meu melhor, independentemente se esse será o melhor da prova ou da história”, argumenta.

Apesar de ter grandes rivais na briga pelo ouro, principalmente o jovem James Magnussen, de 20 anos, Cielo conta que só pensa em seu próprio desempenho e que não “secará” os outros atletas para que não façam provas melhores que a sua. “A derrota começa com você torcendo para alguém fazer uma prova ruim. Só penso em mim”, conclui. (* Com agências)

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