(Arquivo Pessoal)
Medalha de bronze na Olimpíada de Moscou, em 1980, no revezamento 4x200 livre, o mineiro Marcus Mattioli, de 54 anos, pode realizar o sonho de voltar a competir naquele país depois de 35 anos. O nadador treina seis vezes por semana para disputar o 6º mundial master da carreira, que será disputado em agosto. Mas para isso ele precisa de recursos. Foi aí que Mattioli teve a ideia de fazer uma vaquinha para custear a viagem. Desde o último dia 19, porém, o atleta só arrecadou R$ 50.
Segundo o nadador, a ida para Moscou é cara. Além disso, é difícil conseguir patrocinadores nessa idade. “A viagem custa cerca de R$ 10 mil, é caro, mas tenho o desejo de ir. Até consegui um patrocínio de R$ 2 mil. Meu objetivo é conseguir R$ 4 mil ou mais na vaquinha e os outros R$ 4 mil seriam de recursos próprios”, explica.
Epopeia
Para o atleta, retornar ao país da conquista heroica – única medalha da natação mineira em Olimpíadas – é um sonho. “Voltar lá (Rússia) para competir depois de 35 anos será uma verdadeira epopeia. Aquele foi um feito muito especial para mim e histórica para o Brasil e Minas Gerais. Vou lá para ganhar medalha neste que vai ser o mundial mais especial”, promete.
Mattioli pode ter como rival no mundial master da Rússia o nadador brasileiro Djan Madruga, parceiro dele na conquista de 1980, ao lado de Jorge Fernandes e Cyro Delgado. Mas o mineiro assegura que a rivalidade é só dentro da água.
O papo entre o grupo de atletas, segundo o nadador mineiro, está sempre em dia. “Conversamos bastante, por telefone ou internet. O Cyro agora não está competindo por conta do trabalho e deve voltar em breve, mas devo me encontrar com o Madruga no mundial da Rússia”, diz.
59 recordes
Mesmo sem deter os números de recordes de outros nadadores, Marcus Mattioli garante ter os melhores números na categoria master em mundiais, com 59 recordes.
Nos cinco mundiais que participou, foram 31 medalhas, sendo 26 de ouro. Mattioli também foi eleito duas vezes (2007 e 2013) o melhor nadador master do mundo pela revista “swimming world”, conceituada publicação de natação do mundo. “Minha motivação é ganhar mais medalhas e quebrar mais recordes”, assegura o nadador.
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(*) Colaborou Mateus Marotta