O amor está no ar entre os competidores em Valadares

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia
03/03/2015 às 07:19.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:12
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

GOVERNADOR VALADARES – O voo livre é um esporte radical e silencioso, mas está longe de ser solitário. Que o diga quatro casais participantes da 1ª etapa do Campeonato Brasileiro de Parapente, iniciado domingo, em Governador Valadares, Leste do Estado, de olho numa vaga no mundial da Itália em 2017. A competição prossegue até o próximo sábado e o tipo de prova desta terça-feira (3) vai depender das condições climáticas.   Em terra eles fazem tudo juntos, mas como a vaga é individual, no céu é cada um por si e Deus por todos. A exceção está por conta de Getúlio Carvalho e Juliana Lobato, que se casaram no último sábado e optaram pelo voo duplo em comemoração à lua de mel.    “Se ganharmos, o troféu fica com ela e a vaga pra mim”, brinca Getúlio, que voa há mais de 20 anos. Juliana começou há dois anos e, desde então, todas as viagens que o casal de Belo Horizonte faz é para cidades com rampa de voo livre. Juntos, já visitaram Valadares dez vezes. “Este é, sem dúvidas, o melhor lugar do mundo para voar. O campeonato coincidiu com nosso casamento e foi um presente”, diz Juliana, que também voa sozinha. “Mas estamos em lua de mel e nada melhor que ser passageira dele neste céu maravilhoso”, completa.   Categorias distintas   Já o casal Sérgio e Rosaine Pontremolez, de São José dos Campos/SP, voa em categorias diferentes e com equipamentos diferentes. “Até aqui (na rampa) estamos juntos, mas depois da decolagem é cada um por si”, avisa o marido, veterano no esporte. Há sete anos eles viajam juntos em busca de boas térmicas para voar. “Isso é muito bom porque a gente se diverte juntos”, diz Sérgio.   No primeiro dia de provas, Rosaine faturou o primeiro lugar na categoria Feminino e Sérgio o 40º lugar no Open. “As condições climáticas hoje (ontem) estão melhores e vou recuperar”, diz o piloto, lembrando que Valadares é uma cidade obrigatória no calendário dos atletas voadores do país.    Piloto de Poços de Caldas sofre acidente, mas passa bem   O dia da última segunda-feira (2) amanheceu com boas térmicas e o céu de brigadeiro. A equipe técnica definiu por uma prova maior – 70,8 quilômetros – e pouso na área da antiga Feira da Paz, Centro de Valadares. A previsão é que a prova seria completada em duas horas, portanto antes do fechamento desta edição.   O desafio dos pilotos era chegar ao distrito de São José do Acácio, em Engenheiro Caldas. Depois, sobrevoar o posto da PRF, em São Vítor, e retornar para à região central, formando uma triangulação. No total, 123 pilotos decolaram no segundo dia de provas, um a menos em relação à largada de domingo.   O desfalque foi provocado pelo acidente com o piloto Lucas Carvalho, de Poços de Caldas, no Sul de Minas. Devido aos ventos fortes, que levaram a primeira prova ser interrompida antes do pilão – ponto de virada – final, Lucas não conseguiu pousar direito e caiu sentado, abandonando a competição.   “Cheguei com muita velocidade ao chão e pisei forte. Não tenho fraturas, mas sinto dores nos pés e cóccix”, conta.    Segundo o diretor de provas e operador de resgate Dioclécio Rosendo os melhores pilotos do Brasil estão em Valadares e muitas surpresas estão surgindo. Uma delas, a vitória de Deonir Spancerki/RS, na categoria Open – ele é considerado azarão. O piloto carioca Fernando Cezar Ignácio faturou a primeira colocação na categoria Sport, no domingo. “Pilotos que pontuam bem em seus países somam pontos que dão acesso à Copa do Mundo. Os melhores pilotos do pais estão aqui em Valadares de olho numa vaga”, reforça Rosendo. 

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