Pilotos veteranos disputam em igualdade de condições com os mais jovens

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia
31/03/2015 às 07:26.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:27
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

GOVERNADOR VALADARES – Os “dinossauros” do céu fazem a festa na primeira etapa do Campeonato Brasileiro e Open Internacional de Asa Delta, em Governador Valadares, no Leste do Estado. De olho em uma vaga no Mundial de 2017, em Brasília, os pilotos veteranos decolam do Pico da Ibituruna, a 1.123 metros de altitude. Dez dos 60 inscritos são estrangeiros e a maioria tem entre 30 e 50 anos e idade.   Segundo o presidente da Associação Brasileira de Voo Livre (ABVL), Chico Santos, que também é piloto de asa delta e compete em Valadares, a comparação com o répteis pré-históricos é uma brincadeira que não ofende ninguém. E é justificada pelo fato da asa delta existir desde o início do voo livre como esporte – antes do parapente – no Brasil, há cerca de 40 anos, e ter uma turma pra lá de “experiente”.   “E as feras, os melhores, estão aqui”, garante Santos, lembrando que a competição é classificatória para o pré-mundial de 2016, também em Brasília. O piloto André Wolf, de 52 anos, não se incomoda de ser chamado de dinossauro. Ele foi sete vezes campeão brasileiro e decolou na última segunda-feira (30) como um dos favoritos. “Ganhei quatro dos últimos cinco campeonatos que participei. Você pode estar mais velho e competir de igual para igual”.    Ao observar o andar compassado do piloto se preparando para a decolagem – juntando a asa e os equipamentos ele carrega mais de 30 quilos –, arrastando o cinto (bolsa onde o piloto fica deitado durante o voo), dá até para pensar numa justificativa para o apelido de “dinossauro”.    Asa e parapente   Para Wolf, o termo está relacionado à antigo, ou seja, é uma comparação entre a asa e o parapente que é mais leve e moderno. E também à maioria dos pilotos que são mais experientes. “A asa é um esporte tão maravilhoso que permite que um piloto de 52 anos como eu dispute com outros de 25 e 30 e ainda ganhe”, provoca.   “Os meninos treinam muito, mas quando eles dão mole eu belisco”, avisa o piloto Carlinhos Niemeyer, outro “cinquentão”. O sobrinho do arquiteto Oscar Niemeyer acredita ter visitado Valadares mais de 50 vezes, a partir de 1980. Segundo ele, conhecer a região até poderia ser uma vantagem sobre os demais competidores não fosse o ano que ficou afastado do esporte por causa de uma perna quebrada. “A vantagem da competição é o treino. Quem treina mais voa melhor”, explica, contando que agora voa mais pelo prazer. Niemeyer é empresário no Rio de Janeiro e traz na bagagem títulos em mundiais e brasileiros. Ele foi o terceiro colocado na primeira prova do campeonato valadarense que começou domingo e termina no sábado. 

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