
O medo perdeu para a esperança no Cruzeiro. E a insegurança que tomou conta da China Azul quando Fábio se machucou, em agosto do ano passado, deu lugar à certeza de que a Toca da Raposa II abriga outro grande goleiro, o até então eterno reserva Rafael.
No domingo (9), diante do Democrata-GV, às 11h, no Mineirão, pela última rodada da primeira fase do Campeonato Mineiro, Mano Menezes manda a campo um time reserva, pois a partida só vale para o Cruzeiro pela manutenção da invencibilidade na temporada.
Neste confronto, depois de oito meses afastado dos campos, Fábio estará novamente na meta cruzeirense. Isso indica que ele está pronto para reassumir o posto que ocupa há 12 temporadas. Para isso, Rafael teria que voltar ao banco. Mano Menezes vai sacar o goleiro que vem brilhando?
A decisão de quem vai jogar cabe a Mano Menezes. E uma pista sobre o que pensa o treinador cruzeirense, o torcedor já começará a ter na próxima semana, quando sair a lista de relacionados para a partida da próxima quinta-feira, contra o São Paulo, às 21h30, no Mineirão, quando os dois clubes iniciam o confronto por uma vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil.
Até então, Fábio não foi relacionado para nenhuma partida da temporada. Estando em condições de jogo, o natural seria Mano levá-lo a São Paulo.
Apesar de os dois goleiros ainda terem contratos a cumprir, Fábio até dezembro do ano que vem, e Rafael até o fim de 2019, a decisão de Mano Menezes pode ser o início do fim da história de um dos dois no Cruzeiro.
Com alguns grandes clubes vivendo problemas com goleiros, quem for para o banco, com certeza, receberá propostas para se transferir.
História
Se a escolha de Mano for por Fábio, ele seguirá na sua trajetória de recordes com a camisa cruzeirense. Atleta que mais defendeu o clube na história, domingo ele vai completar 706 jogos pelo Cruzeiro.
E seguirá com chances de diminuir a sua maior frustração no clube, que foi a perda da Copa Libertadores de 2009.
Por outro lado, se o treinador cruzeirense optar por manter Rafael no gol, pode acontecer no Cruzeiro um fenômeno registrado em outros grandes clubes, quando a ascensão do reserva formado na base fez o titular trocar de casa. Foi assim no Palmeiras, quando Velloso tomou a vaga de Zetti após uma lesão. Depois, o próprio Velloso foi “vítima” de Marcos, e acabou desembarcando na Cidade do Galo, em 1999.
Zetti, que se transferiu para o São Paulo, viveu situação idêntica no Morumbi com a promoção do então garoto Rogério Ceni a titular. Seu caminho foi a Vila Belmiro.
Depois, o Santos recebeu também Carlos Germano, que saiu do Vasco para que Hélton pudesse assumir a condição de titular no clube de São Januário.
O Atlético voltou a participar desse tipo de troca quando investiu na compra de Victor, em 2012, num momento em que o Grêmio queria apostar em Marcelo Grohe, hoje titular absoluto do tricolor gaúcho e presença inclusive em listas de convocados da Seleção Brasileira.
Nesta sext-feira (7), Fábio dará uma entrevista coletiva, na Toca II, por volta das 9h15, que será transmitida ao vivo pelo canal oficial do Cruzeiro no Youtube.
Ídolo e torcida começarão a matar a saudade de uma rotina que ganhou nos últimos oito meses um “intruso” que pode até mesmo mudar o rumo dessa história.
