Medalha inédita eterniza geração e reaproxima Seleção Brasileira e torcedores

Henrique André - Enviado Especial
hcarmo@hojeemdia.com.br
21/08/2016 às 09:17.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:28
 (Flávio Tavares - enviado especial)

(Flávio Tavares - enviado especial)

RIO DE JANEIRO – Um dia para entrar para a história do futebol brasileiro. Assim pode ser definido o sábado, 20 de agosto de 2016. Num jogo de testar o coração de milhões de pessoas, não faltaram emoção e comemoração com gostinho de primeira vez. A vitória, nos pênaltis, foi apenas um tempero a mais na suada medalha de ouro da Seleção brasileira nos Jogos Olímpicos.

A conquista dos “meninos do Micale”, ou dos “amigos de Neymar”, se soar melhor, começou bem antes de a bola rolar. Apesar de engasgados com o 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo 2014, os anfitriões abriram a porta de casa e recepcionaram com educação e cordialidade os incômodos visitantes.

Do lado de fora do Maracanã, o movimento começou há três horas do apito inicial. Com os portões sendo abertos às 14h30, muita gente aproveitou para escolher o lugar da sorte e aproveitar todos os segundos da festa que estava por vir.

Enquanto o camisa 10 da Seleção não entrava em campo para mostrar todo o arsenal de dribles e jogadas, malabaristas e cantores anônimos é que ditavam o ritmo das comemorações no entorno do palco das cerimônias de abertura e fechamento da Olimpíada em terras brasileiras.

Quando a bola rolou, o grito de “o campeão voltou” agitou os quase 70 mil presentes ao estádio e empurrou o trio Luan, Gabriel Jesus e Gabigol para cima da defesa alemã. Em resposta, os europeus exploravam os contra-ataques e, com muito perigo, assustavam os donos da casa, salvos três vezes pelo travessão.

Quando o gol brasileiro pintou, numa cobrança de falta magistral de Neymar, parecia que o roteiro escrito não envolveria drama e superação. Mas não foi bem assim. Segurando as pontas até o início do segundo tempo, os brasileiros bobearam e acabaram cedendo o empate. Porém, nada que diminuísse o incentivo de quem vestiu verde e amarelo neste sábado.

Ansiedade
Os ponteiros do relógio passavam rapidamente – pelo menos na visão de quem sofria com a partida – e o tempo normal se esgotou. Demonstrando certeza de que no final tudo sairia bem, os brasileiros aplaudiram a equipe e novamente ecoaram aquele grito sobre a volta do campeão. Foi assim também nos 30 minutos seguintes.

Quando o árbitro indicou o fim da partida, o medo de uma derrota nos pênaltis ficou guardado dentro de cada torcedor. Como fizera desde o primeiro</CS> toque na bola, o brasileiro apoiou e deu confiança aos jogadores. E veio a recompensa.

Quando finalmente veio a confirmação da inédita medalha, cada um comemorou do seu jeito. Em campo, a tradicional volta olímpica, as selfies e a oração no círculo central marcaram a festa de atletas e comissão técnica.

No Japão, em 2020, e nas outras edições da Olimpíada, o caminho para o ouro não será mais uma terra desconhecida do futebol brasileiro.

Com novos rostos e numa nova era, o time canarinho entrará em campo com outro desafio: defender a tão sonhada primeira colocação.

Ficha do Jogo

Brasil 1 (5)
 Rogério Micale

Alemanha 1 (4)
Horn; Klostermann, Ginter e Suele; S. Bender, Toljan, Meyer, Brandt, Gnabry e L. Bender (Promel); Selke (Petersen) 
Técnico: Horst Hrubesch

Gols: Neymar, aos 27 minutos do primeiro tempo; Meyer, aos 14 minutos do segundo tempo.
Árbitro: Alireza Faghani (Irã).
Cartões amarelos: Zeca e Gabriel (Brasil), Selke, Sven Bender, Suele e Prome (Alemanha).

Pênaltis:
BRASIL (5) - Renato Augusto, Marquinhos, Rafinha, Luan e Neymar).
ALEMANHA (4) - Ginter, Gnabry, Brandt, Suele

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