(Satiro Sodré)
Medalhista nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a nadadora Joanna Maranhão revelou que tentou se matar duas vezes durante sua carreira, a última vez em 2013. Ela confessou parte de sua vida pessoal e de atleta em entrevista à revista TPM. Joanna, de 27 anos, se prepara para a Olimpíada do Rio, na qual vai encerrar sua carreira.
"Tentei me matar duas vezes. A segunda vez foi em 2013. Eu já estava bem em relação ao abuso, mas meu posicionamento político tinha causado muitos problemas financeiros para a minha família. E é um gatilho, uma coisa chama a outra", diz a atleta, abusada sexualmente quando ainda era criança por seu treinador. Joanna Maranhão tornou público o abuso em 2008.
Agora ela revelou que tentou se matar pela primeira vez aos 19 anos. Segundo ela, toda vez que comenta sobre isso, se torna mais forte e se sente mais livre. "Falar disso é uma libertação", afirma a nadadora, conhecida pelo temperamento forte e opinião firme.
Para a revista, Joanna conta ainda que bateu de frente com cartolas da política desportiva e teve de pagar um preço por sua coragem. "Com a natação, consegui comprar apartamento e um carro, e hoje não tenho mais nada, vendi tudo por causa de dívidas", revela a atleta, que disputará sua quarta Olimpíada em 2016.
No Pan de Toronto, ela foi uma das competidoras que defendeu a continência militar no pódio. O assunto gerou polêmica entre imprensa e torcida. Ela entrou para as Forças Armadas em 2009, com contrato de oito anos. Em 2016, deixará de ser uma militar.
"O Exército sempre me deixou livre para fazer a continência ou não", revelou ao afirmar também que passou a respeitar mais o Hino Nacional após se tornar militar. Joanna morou dois meses na Fortaleza de São João, no Rio, onde o Brasil terá seu "quartel-general" durante os Jogos de 2016.
No Canadá, Joanna Maranhão conquistou três medalhas, duas de bronze - nos 200 metros borboleta e 400 metros medley - e uma de prata, no revezamento 4x200m livre.