Mesmo sem Cristiano Ronaldo, Portugal bate a França e fatura a Eurocopa

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
10/07/2016 às 19:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:14
 (PHILIPPE LOPEZ/AFP)

(PHILIPPE LOPEZ/AFP)

A seleção de Portugal venceu a anfitriã França por 1 a 0, neste domingo (10), no Stade de France, em Saint-Denis, nos arredores de Paris, e se sagrou campeã da Eurocopa de 2016. Sem contar com seu melhor jogador, o atacante Cristiano Ronaldo, que se lesionou no primeiro tempo e deixou o gramado chorando ainda no primeiro tempo, Éder foi o responsável por marcar autor do gol da vitória portuguesa no início do segundo tempo da prorrogação.

Se Lionel Messi falhou nas duas finais de Copa América que chegou com a seleção argentina, Cristiano Ronaldo colocou um ponto a mais na rivalidade individual com o atleta do Barcelona e aproveitou a sua segunda chance para garantir o título inédito para Portugal, que já havia perdido a final de 2004 em casa para a Grécia.

Mesmo com um curativo na coxa esquerda, atingida com violência pelo francês Payet, o atacante do Real Madrid não saiu da beira do campo até o final do jogo e foi o mais abraçado na comemoração do gol. Ao apito final, Cristiano Ronaldo foi às lágrimas mais uma vez, mas trocou o sentimento de dor pela felicidade do título.

Antes dos atletas entrarem em campo, o show de encerramento contou com David Guetta comandando a música, enquanto que a palavra "Merci" (obrigado, em francês) apareceu no gramado. O espanhol Xavi, campeão nas duas edições anteriores, foi o responsável por levar a taça da Eurocopa de 2016 ao gramado.

Ao final de um mês de competição, os temores de ataques terroristas não foram confirmados e os maiores problemas extracampo apareceram por conta da ação de hooligans nas primeiras rodadas, anuladas na sequência.

O JOGO - Com a bola rolando, Portugal conseguiu levar perigo logo no início, aos quatro minutos, quando Nani recebeu lançamento por trás da zaga, matou no peito, mas chutou por cima. No entanto, a França respondeu com uma verdadeira blitz. Aos seis, Griezmann aproveitou sobra e bateu para fora. Em seguida, aos nove, o artilheiro da competição teve nova chance, tentou cabeceio por cobertura e obrigou Rui Patrício a mandar para escanteio. Na cobrança, Giroud subiu sozinho, mas mandou nas mãos do goleiro.

Portugal se segurou e conseguiu equilibrar, mas uma jogada violenta aos sete minutos foi determinante para a partida. Payet acertou com força o joelho de Cristiano Ronaldo. O português tentou se manter em campo, mas desabou aos 16, com lágrimas nos olhos, pediu atendimento médico e voltou a campo.

No entanto, aos 24 minutos, o atacante pediu para sair e foi levado de maca para os vestiários, dando lugar a Quaresma. Assim, sem balançar as redes na final, o atacante do Real Madrid finalizou a sua quarta participação em Eurocopa com três gols e ficou empatado com o francês Michel Platini como maior artilheiro da competição na história, com nove tentos no total.

Após Cristiano Ronaldo sair de campo aos prantos e aplaudido por torcedores portugueses e franceses, a partida perdeu em intensidade. Aos 33 minutos, Sissoko fez boa jogada e bateu forte, mas Rui Patrício espalmou. Nos minutos finais da primeira etapa, José Fonte e Pepe tentaram aparecer na jogada aérea, mas sem sucesso.

Os atletas voltaram do intervalo para um jogo de mais vigor físico. Sissoko, inspirado, deu trabalho para a zaga lusitana e, aos oito minutos, Pogba conseguiu a primeira finalização, mas bateu por cima. Aos 11, o atacante Coman foi ao jogo no lugar de Payet e, no primeiro lance com a bola, exigiu nova defesa de Rui Patrício.

Melhor em campo, a França começou a rondar a área portuguesa e passou a criar boas chances. Aos 20 minutos, Griezmann subiu sozinho na marca do pênalti, mas cabeceou para fora. Nove minutos depois, Coman driblou dois, rolou para Giroud, que bateu forte, mas novamente o goleiro de Portugal conseguiu evitar que o placar fosse alterado.

Pouco depois dos 30 minutos, os técnicos dos dois times resolveram mudar. Didier Deschamps mandou Gignac para o lugar de Giroud, enquanto que Fernando Santos trocou Renato Sanches para a entrada de Éder. Com as mudanças, as duas equipes se abriram. Aos 34, Quaresma acertou um bonito voleio, mas mandou em cima do goleiro. Em seguida, Nani bateu de fora da área por cima do gol. Já aos 38, Sissoko soltou uma bomba e, para variar, Rui Patrício apareceu para fazer a defesa.

Aos 46 minutos parecia que o goleiro de Portugal seria, enfim, vencido. Gignac recebeu na área pelo lado direito, aplicou um drible desconcertante deixando Pepe no chão e bateu na saída do goleiro, que não alcançou. Mas Rui Patrício contou com a ajuda da trave direita, onde a bola foi bater antes de cruzar a pequena área sem que um atacante pudesse empurrá-la para o gol. Após 90 minutos, o placar seguia inalterado.

PRORROGAÇÃO - Antes do apito para os 30 minutos complementares, Cristiano Ronaldo apareceu no gramado para apoiar os seus companheiros. Com o início da prorrogação, muito nervosismo resultou em três cartões amarelos seguidos - para Raphaël Guerreiro, Matuidi e William Carvalho.

A oportunidade de gol mais evidente do primeiro tempo aconteceu aos 13 minutos. O português Quaresma cobrou escanteio na cabeça de Éder, que cabeceou no chão com perigo, mas Lloris saltou bem e fez a defesa.

Na segunda etapa, Portugal resolveu ir para o ataque e conseguiu levar perigo aos dois minutos. Em uma falta mal marcada pela arbitragem, que penalizou a França em um lance que o português Éder tocou a bola com a mão, Raphaël Guerreiro chutou no travessão e assustou.

Em seguida, entretanto, foi a hora do grito português explodir em Saint-Denis. Éder avançou pela intermediária pelo lado esquerdo, cortou para o meio e, no mano a mano com o zagueiro, chutou forte no cantinho esquerdo de Lloris para balançar as redes. Na comemoração, todos os jogadores se abraçaram em volta de Cristiano Ronaldo, em festa pelo título inédito.

FICHA TÉCNICA

PORTUGAL 1 x 0 FRANÇA

PORTUGAL - Rui Patrício; Cédric, Pepe, José Fonte e Raphaël Guerreiro; William Carvalho, Adrien Silva (João Moutinho), Renato Sanches (Éder) e João Mário; Nani e Cristiano Ronaldo (Quaresma). Técnico: Fernando Santos.

FRANÇA - Lloris; Sagna, Koscielny, Umtiti e Evra; Pogba, Matuidi, Moussa Sissoko e Payet (Coman); Griezmann e Giroud (Gignac). Técnico: Didier Deschamps.

GOL - Éder, aos três minutos do segundo tempo da prorrogação.

CARTÕES AMARELOS - Rui Patrício, Cédric, Raphaël Guerreiro, João Mário e William Carvalho (Portugal); Umiti, Matuidi, Koscielny e Pogba (França).

ÁRBITRO - Mark Clattenburg (Fifa/Inglaterra).

RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.

LOCAL - Stade de France, em Saint-Denis (França).

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por