Mineiro Bernardo Caixeta

‘Minas é um mercado que sempre observamos com muito carinho', diz gerente da Penalty

Angel Drumond
angel.lima@hojeeemdia.com.br
27/03/2023 às 09:37.
Atualizado em 27/03/2023 às 09:38
Bernardo Caixeta, natural de Belo Horizonte, é gerente da Penalty (Arquivo Pessoal / Divulgação)

Bernardo Caixeta, natural de Belo Horizonte, é gerente da Penalty (Arquivo Pessoal / Divulgação)

Bernardo Caixeta é natural de Belo Horizonte e tornou um executivo conhecido nacionalmente. Aos 35 anos, é o gerente de marketing e relações esportivas da Penalty, empresa 100% brasileira, fundada em 1970 e dedicada à fabricação de acessórios para a prática esportiva.

Formado em Educação Física, Bernardo já foi coordenador de negócios do departamento internacional do Cruzeiro Esporte Clube. Ele também tem MBA em Gestão Estratégica de Esportes e certificado de administrador de entidades esportivas, emitido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Além do trabalho pela Raposa, Bernardo atuou na Confederação Brasileira de Judô, na Confederação Brasileira de Futsal e na Liga Nacional de Futsal.

A relação dele com Minas Gerais ganhou mais notoriedade nos últimos meses, já que, em 2022, a marca registrou um crescimento de 230% no faturamento com materiais para o basquete em Minas. Em BH, os números aumentaram perto de 150%.

No bate-papo com o Hoje em Dia, Bernardo contou como a marca vem batendo recordes de receita, falou do crescimento do mercado do basquete no Estado e ressaltou como o público mineiro é importante para o sucesso da companhia.

(Arquivo Pessoal / Divulgação)

(Arquivo Pessoal / Divulgação)

O Grupo Cambuci, dono da Penalty, divulgou o balanço financeiro de 2022 com um faturamento bruto superior a R$ 510 milhões, um recorde histórico, com um acréscimo de 83,4% em relação ao ano anterior. A empresa, hoje, patrocina poucos clubes no país. Como ela conseguiu atingir esses números?
Existem várias formas de se comunicar com o cliente final, patrocínio a clubes é uma delas. Mas temos outras, como influenciadores, ativações de federações, produção de conteúdo e campanhas com nossos clientes. Além disso, somos uma marca de todas as torcidas e não de uma só. A Penalty está presente em 22 modalidades esportivas e isso permite chegarmos a praticantes que buscam outros esportes, além do futebol. Hoje, apesar de ainda sermos lembrados como uma marca do futebol, temos outras práticas que temos força, como basquete, vôlei, beach tennis, além, claro, do futsal. O recorde se dá por diversos fatores, mas, principalmente, por conseguirmos achar o equilíbrio entre os praticantes do dia a dia e os de alta performance.

A Penalty, com mais de 50 anos de história, teve um período de patrocínio nos maiores clubes do futebol brasileiro. Por que ela resolveu mudar a sua área de atuação no mercado esportivo?
Na verdade não mudamos a atuação, mudamos alguns tipos de investimento e isso é muito devido à transformação do mundo. Há 10 anos não tínhamos as redes sociais tão fortes como hoje. Temos produtos para prática esportiva em muitas modalidades, são mais de 20, entretanto, por muito tempo, o investimento em clubes ficou muito evidente como somente futebol, porém entendemos a diferença entre audiência e prática, ou seja, não é todo mundo que assiste ao futebol, que o pratica. Outra questão é que resolvemos a dor do cliente final, que de forma básica é: oferecemos um produto de alta qualidade, mas com preço que cabe no orçamento do brasileiro e que é acessível ao poder de compra do mesmo.

Você, como mineiro, tem em vista algum projeto de patrocínio a alguma equipe de Minas Gerais no futuro, seja ela do futebol ou dos esportes especializados?
Antes de ser mineiro, sou um brasileiro apaixonado por esportes e muito atento a todas atualizações do mercado. Então, estamos sempre estudando projetos e pessoas que, assim como a Penalty, acreditam no poder transformador do esporte. Minas Gerais tem protagonismo em várias frentes e no esporte não é diferente, por isso é um mercado que sempre observamos com muito carinho. Quem sabe não vem ótimas notícias pela frente.

A Penalty é a empresa que mais vende e comercializa bolas no país, em praticamente quase todos os esportes que a usam como acessório, com +ou - 3,8 milhões de unidades vendidas por ano. A bola segue como o carro chefe da empresa? E por que?
Somos muito fortes em bolas, pela nossa dedicação da fábrica em não abrir mão de inovações e qualidade. Outro fator importante é que temos bolas da iniciação à alta performance, destacando a S11 Ecoknit, a primeira bola sustentável aprovada com selo FIFA. Desde 1970, produzimos mais de 120 milhões de bolas. Hoje temos bolas para 15 modalidades e mais de 100 modelos. Além disso, nossas principais bolas contam com certificação de entidades como Fifa Pro, Fifa Basic, Fiba e Fivb. Entretanto, apesar de continuarmos sendo muito fortes na bola, hoje ela, percentualmente, representa menos no faturamento total, pois avançamos em outros segmentos como o calçado, por exemplo. 

Recentemente a Penalty trouxe para Belo Horizonte o “Jogo das Estrelas” do NBB. Esse evento tem a ver com o respaldo dos mineiros com os esportes especializados? A torcida mineira correspondeu à expectativa da empresa?
Somos parceiros do NBB e tivemos o prazer de estar no Jogo das Estrelas, em BH. Foi um grande evento, mas não fomos nós, da Penalty, que decidimos o local. Entretanto, os mineiros deram show no ginásio, durante os dois dias. A torcida esteve muito presente, participou do jogo, fez barulho, foi ainda melhor do que imaginávamos. Além disso, pudemos sentir o calor e o amor do povo mineiro pelo basquete nas ações que promovemos durante a semana do evento, como as clínicas nos Colégios Aguios e Santo Agostinho, nas ativações durante o jogo, no festival de basquete para as crianças. E isso também teve reflexo no lado comercial, mostrando que os mineiros estão consumindo cada vez mais a modalidade, prova disso são os números de vendas de produtos de basquete da nossa marca, aqui, em Minas. De 2021 para 2022, tivemos um crescimento de materiais de basquete, da Penalty, em BH, próximo aos 150%, já em todo o Estado de Minas, o aumento foi superior aos 230%. Também vendemos, na loja física do Jogo das Estrelas, centenas de camisetas do evento. 

Usada no Paulistão, a S11 Ecoknit é a bola mais ecológica do mundo. São usadas 4,5 garrafas pet para a produção de cada unidade, contribuindo para o meio ambiente. A Penalty hoje é uma empresa sustentável?
Nós temos ações voltadas à sustentabilidade, mas 100% sustentável, acredito que são pouquíssimas no mundo. Temos orgulho de darmos passos importantes na questão da sustentabilidade. Um desses passos é o desenvolvimento da S11 Econkit, a primeira bola sustentável aprovada pela FIFA, onde mais de 60% do produto utilizado na fabricação é material sustentável. É um grande orgulho para nós, afinal, além de oferecermos um produto de qualidade, que hoje rola no Paulistão, Carioca, Paraense e Amazonense, ainda estamos ajudando o meio ambiente. Desde quando o modelo foi lançado, já usamos mais de 470 mil garrafas pet para fabricarmos as bolas. 

Recentemente a Penalty divulgou uma ação social de doação de material esportivo para regiões em que estão situadas as sedes da empresa. A marca pretende estender esse tipo de promoção a algumas outras regiões do país?
Já fizemos ações em diversos locais do Brasil, mas essa ação foi pontual. A ideia era usar o Dia Internacional do Futsal, modalidade que a Penalty tem forte ligação e as pessoas sempre lembram da marca quando falam nesse esporte, para retribuirmos para as comunidades que estamos instalados um pouco do que fazem pela empresa, ainda mais em um ano tão especial, em que batemos o recorde de faturamento. Mas, sem dúvidas, pretendemos chegar em mais lugares do Brasil, como em 2022, quando realizamos ação com os garotos de Tefe, a mais de 500 km de Manaus...mandamos materiais de basquete para eles. Fizemos, também, o ‘Legado da Copinha’, no qual foi escolhido um projeto social em cada sede da competição e enviamos um kit. Outra ação importante foi o ‘Doe Gols’, em parceria com o nosso embaixador, Rodrigo Capita. A cada gol dele, no ano passado, eram doados quatro pares de chuteiras, ao todo atingimos mais de 90 pares. Além dos três citados, estamos patrocinando o ‘Em busca de uma Estrela’. Por meio dele, foram realizadas sete peneiras, em São Paulo, e 120 garotas escolhidas para treinar e ser acompanhadas por profissionais capacitados, podendo ser escolhidas por times femininos profissionais e darem início à carreira de atleta de futebol.

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