Mineiro de Além Paraíba é identificado entre vítimas de incêndio em CT do Flamengo

José Vítor Camilo
08/02/2019 às 17:32.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:28
 (Reprodução / Rede Social)

(Reprodução / Rede Social)

A cidade de Além Paraíba, na Zona da Mata, amanheceu de luto nesta sexta-feira (8), com a notícia da morte do jogador Jorge Eduardo Santos, de 15 anos, no incêndio que causou dez óbitos no Centro de Treinamento do Flamengo, no Rio de Janeiro. O atleta, que atuava como volante e foi capitão do time sub-15, campeão do Carioca do ano passado, atuava pelo clube desde seus 12 anos. Além dele, outro mineiro faleceu no incêndio. Pablo Henrique Silva, de 14 anos, natural de Oliveira, no Centro-Oeste de Minas, era primo dos jogadores Werley e Nathan, revelados pelo Atlético. O primeiro está no Vasco e o segundo, ainda do Galo, foi cedido à Ponte Preta.

Revelado no Democrata Mirim F.C., de sua cidade natal, Jorge Eduardo começou a jogar aos 8 anos, mas já estava presente nos jogos do time da associação local desde pequeno, acompanhando o irmão mais velho nos jogos. "Nas fotos dos jogos daquela época o Jorge sempre estava presente, como um mascotinho, com a bola na mão", conta Wanderson Luiz Júnior Silva, de 39 anos, vice-presidente da associação e treinador do clube mirim. 

Emocionado, o técnico conta que soube da notícia logo cedo pelos familiares do atleta. "A avó dele acordou muito cedo, para fazer caminhada, mas acabou ligando a TV e viu que o CT estava pegando fogo. Tentaram entrar em contato com o Jorge e, como ele não atendia, ficou aquele desespero todo. Um pouco mais tarde o empresário dele ligou para a mãe e disse que a diretoria tinha pedido que os pais dele fossem para o Rio. Eles foram de carro imediatamente e, infelizmente, a notícia foi a pior possível", lamentou. 

Desde os primeiros jogos no time mirim, aos 8 anos, Jorge Eduardo se destacou como um garoto que jogava sempre uma categoria acima, pela imposição física. "Ele foi campeão regional conosco logo com 10 anos. Foi para o Flamengo aos 12 e lá não foi diferente. Ele construiu uma carreira curta, mas vencedora. Teve cinco ou seis títulos na nossa instituição e desde que foi para o Rio não foi diferente. Além de excelente atleta, era um garoto muito carinhoso, tratava todo mundo com respeito", lembrou o ex-treinador de Jorge. 

Santos sempre teve contato com a família do jovem jogador, já que a cidade deles é bem pequena. Segundo ele, os pais dele estavam planejando ir morar no Rio de Janeiro com o jovem pouco antes do incêndio.

 "Foi interrompida uma carreira muito promissora. Estive com ele no último sábado, o encontrei por acaso em uma padaria. Ficamos conversando por meia hora pelo menos. Perguntei se tinha jogos fora do Brasil e ele contou empolgado que poderia ir até para Dubai. Dei muitos conselhos, ele me chamava sempre de tio Wanderson. Quando estava na cidade, de folga do Flamengo, ele fazia questão de jogar pelo nosso time. Tinha um DNA do Democrata Mirim, e pra gente é muito triste. Parece um pesadelo que a gente vai acordar a qualquer momento", finalizou com a voz embargada o técnico do time que revelou o jovem. 

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