
O centroavante italiano Paolo Rossi, que morreu nesta quarta-feira (9), aos 64 anos, marcou a história do futebol mineiro. Além de carrasco da Seleção Brasileira na Copa de 1982, na Espanha, ele impediu que uma legião de mineiros incluísse a competição em seus currículos.
Dirigida por Telê Santana, natural de Itabirito, e que teve grande destaque no Atlético, onde foi o treinador campeão brasileiro em 1971, aquele time do Brasil tinha muitas ligações com o Galo. O médico era Neylor Lasmar, médico alvinegro e pai de Rodrigo Lasmar, atual diretor médico do clube.

Paolo Rossi em lance com Júnior no jogo em que tirou a Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1982, na Espanha
Em campo, naquele 5 de julho de 1982, no Estádio Sarriá, em Barcelona, estavam três jogadores alvinegros, todos com participações marcantes naquela vitória por 3 a 2 da Itália, com três gols de Paolo Rossi, que tirou daquela fantástica equipe Canarinho a chance de erguer a Copa do Mundo.
Luizinho era o quarto zagueiro do time de Telê. E ao lado do parceiro Oscar não conseguiu levar a melhor sobre o oportunista Paolo Rossi, que teve, sem dúvida a atuação mais marcante da sua carreira.
Até então, ele não tinha balançado a rede naquele Mundial. A partir dali, partiu para se tornar não só o artilheiro do torneio, mas também o seu craque.
O segundo gol do hat-trick de Paolo Rossi saiu de uma bola cruzada na defesa pelo volante Toninho Cerezo, num lance em que Falcão, Luizinho e Júnior também estavam envolvidos, mas sem ação suficiente para barrar o Il Bambino D’oro, o “Menino de Ouro”, como era chamado pelos italianos.
Quando o placar já era de 3 a 2 para os italianos, Éder, o Bomba de Vespasiano, virou a maior arma do Brasil em busca do empate que significava a passagem às semifinais da competição.
A igualdade bastava aos brasileiros porque no triangular, tinha feito 3 a 1 na Argentina, enquanto os italianos bateram Maradona e companhia por 2 a 1.
Aos 33 minutos da etapa, Éder cobrou uma falta bem perto da trave de Dino Zoff. Isso quatro minutos após o terceiro gol do Carrasco do Sarriá, que decretou o 3 a 2.
Aos 43, Éder cobrou uma falta na cabeça do zagueiro Oscar, que cabeceou firme, para grande defesa de Zoff em cima da linha.
O Brasil estava fora da Copa, numa partida que ficou conhecida como A Tragédia do Sarriá. O acanhado estádio do Espanyol, demolido em 1997, foi palco de uma das maiores decepções da história do futebol brasileiro, que teve reflexos na gente atleticana, e foi provocada por Paolo Rossi.