Morre Ronaldo Drummond, campeão brasileiro pelo Atlético e da Libertadores pelo Cruzeiro

Alexandre Simões
@oalexsimoes
09/06/2020 às 10:02.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:43
 (Reprodução)

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O futebol mineiro perdeu nesta terça-feira (9) um dos grandes nomes da sua história. Morreu, às 4h, Ronaldo Gonçalves Drummond, ex-atacante que brilhou com as camisas de Atlético e Cruzeiro e que viveu ainda grandes momentos com a camisa do Palmeiras.

O currículo fala por ele. Revelado no Galo, após passagem pelo juvenil cruzeirense, de onde saiu numa troca entre os rivais, ele estreou no time principal ainda com 17 anos. O Gonçalves que carrega no nome é o mesmo de Tostão, seu primo de primeiro grau, e ele mostrou em campo que a família tem dois craques.Reprodução

Ronaldo e Tostão na capa da Revista do Esporte no final da década de 1960. Primos de primeiro grau, eles fizeram história no futebol mineiro e brasileiro

Campeão mineiro pelo Atlético, em 1970, na primeira conquista do clube na chamada Era Mineirão, Ronaldo viveu seu grande momento no clube na conquista do Brasileirão de 1971. Vaguinho tinha sido vendido ao Corinthians e ele assumiu a ponta direita no grande time de Telê Santana.

O Galo, que entrou na competição como coadjuvante, diante de clubes como o Santos, de Pelé; o Cruzeiro, de Tostão; o Palmeiras, de Ademir da Guia; o São Paulo, de Gérson; ou o Botafogo, de Jairzinho; mostrou ao Brasil uma equipe recheada de craques, como Ronaldo, mas que tinha uma força tática impressionante e além disso, muita raça.

Palmeiras

Polivalente, Ronaldo jogava em várias posições do ataque, mas era na direita onde se sentia mais à vontade. E foi ali que chamou a atenção do Palmeiras, que o contratou ao Atlético ainda no início de 1972.

Sim, Ronaldo foi reforçar a “Segunda Academia” palmeirense. E nela brilhou intensamente. Foi bicampeão brasileiro pelo clube em 1972 e 1973, sendo que no primeiro ano ganhou também o Estadual.

Mas quando se fala de Campeonato Paulista e Ronaldo Drummond, não tem como esquecer a decisão de 1974. Aquela história é contada no “Almanaque do Palmeiras”, livro de Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, publicado no final de 2004.

“Pergunte a qualquer corintiano de meia idade se ele se lembra de Ronaldo Gonçalves Drummond (Belo Horizonte, MG, 21/8/1946), e você ouvirá uma choradeira sem fim. Primo do craque Tostão, ele marcou o gol da vitória palmeirense na final do Paulista de 1974 (1 x 0, 22/12/1974). Naquele dia, os corintianos, imensa maioria entre os 120.522 pagantes, lotaram o Morumbi para ver seu time ser campeão depois de 20 anos, mas deixaram o estádio em silêncio”, descreve o texto dedicado a contar a história de Ronaldo no Palmeiras. O trauma foi tão grande pelo lado do Corinthians, que provocou a saída de Rivellino do clube, com ele se transferindo para o Fluminense.

Libertadores

Depois da Academia do Palmeiras, ele voltou a Minas, às origens no futebol, para defender o Cruzeiro em 1976. Era uma espécie de reserva de luxo de luxo do esquadrão comandado por Zezé Moreira, que conquistou a Copa Libertadores naquele ano.

Durante a campanha, Roberto Batata morreu num acidente de carro. No segundo jogo da final contra o River Plate, em Buenos Aires, Jairzinho foi expulso. E na partida desempate, em Santiago, lá estava Ronaldo Drummond como o ponta direita cruzeirense.

O atacante que fez história com as camisas de Atlético, Palmeiras e Cruzeiro, provou em campo ser muito mais que o primeiro de Tostão. Ronaldo Drummond era sem dúvida iluminado. E agora segue iluminando lá de cima.

  

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