O delicado tema da condição da saúde dos atletas profissionais voltou a ganhar força esta semana, com a morte, na terça-feira, do lateral-esquerdo Raner, de 26 anos, da Esportiva Guaxupé, que disputa a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro.

Raner foi vítima de um mal súbito dentro do ônibus que conduzia a delegação do time a Três Corações, local do duelo frente ao União Luziense, marcado para ontem. O jogador chegou a ser atendido dentro do veículo e por policiais de Elói Mendes, antes de morrer no hospital da cidade.

Exames em dia

A Esportiva Guaxupé alega que o lateral passou pelos exames obrigatórios, sendo aprovado em todos. “Assim que foi contratado, em junho, Raner foi submetido a uma avaliação médica, sem apresentar qualquer problema”, diz Lázaro Oliveira, assessor de imprensa.

O cardiologista Raimundo Marques do Nascimento alerta que nem todos os fatores de risco podem ser detectados nos exames cardiológicos. “Um aneurisma cerebral pode gerar o quadro, por exemplo”, diz.

Nascimento lembra ainda que “quanto mais específicas são as avaliações, maiores são as chances de encontrar anormalidades”, e alerta sobre a importância de manter o tema sempre aberto a debate. “É preciso discutir sempre esta questão da saúde dos atletas e realizar testes periódicos”, conclui.

A morte do zagueiro Serginho, de 30 anos, em 27 de outubro de 2004, foi a primeira a criar um grande debate sobre a saúde dos atletas no Brasil. O jogador defendia o São Caetano e perdeu a vida durante uma partida do Brasileiro frente ao São Paulo.

O duelo estava sendo transmitido pela TV para todo o país, o que causou um impacto ainda maior. Isso gerou a fiscalização mais rigorosa de medidas de segurança em campo, como a existência de ambulâncias e desfibriladores.

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