Morte do pai e amputação não desanimam estudante na prática esportiva

Hoje em Dia
13/06/2015 às 08:06.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:28
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

“Deus não coloca em nossas vidas peso maior do que podemos suportar.” Esta frase popular é verdadeiro mantra utilizado por Vinícius Alves, de 21 anos, para viver com alegria e determinação depois de perder o pai, vítima de câncer, e ter uma das pernas amputadas em consequência de um acidente de trânsito. Há quase quatro anos, ele foi atropelado por um motorista embriagado, que dirigia uma Kombi desgovernada.   Estudante de educação física, ele é exemplo de superação para quem convive com dramas parecidos. Multiatleta, Vinícius encontrou no esporte a saída para se reerguer.   Lutador de muay thai, jiu jitsu e boxe, o auxiliar comercial também arrisca manobras no slackline – esporte de equilíbrio sobre uma fita de nylon –, nas pracinhas dos bairros Alípio de Melo e Castelo, em Belo Horizonte. Além disso, ele mostra talento no vôlei sentado, modalidade para deficientes físicos.    “Nunca perdi a vontade de viver. Quando estava no hospital eu só queria sair da cama e praticar alguma atividade”, conta o paratleta, que na próxima quarta-feira viaja para São Paulo, onde vai competir pelo vôlei sentado. “O esporte me faz sentir útil, me deixa bem mais calmo, alivia a alma e o coração. Além disso, faz bem para a saúde”, observa .   Antes do acidente, Vinícius, que já era adepto da prática esportiva, se arriscou no futebol. “Tentei jogar profissionalmente, no Rio de Janeiro. Atuei no Americano (de Campos) até o juvenil”, lembra. Vinícius decidiu interromper o sonho e voltar para a capital mineira, onde nasceu, para cuidar do pai, com câncer.    E foi a partir desse momento, num curto intervalo de tempo, que o paratleta viu a vida desabar. A primeira perda aconteceu em 2011, com a morte do pai, que não resistiu à doença. A segunda, pouco depois, quando voltava para casa, após comemorar o aniversário do irmão Aírton, aconteceu o atropelamento.    “Estava com a minha ex-namorada na rua de casa quando uma Kombi veio em nossa direção. Tirei ela da frente do carro e fui atingido”, relembra. “Caí dentro do córrego e os médicos acharam melhor amputar a perna devido a contaminação da água suja do local”, justifica.   Com o apoio de amigos e familiares, Vinícius colocou um sorriso no rosto, se apoiou no esporte e não deixou ser vencido pelas barreiras. Do Serviço Único de Saúde (SUS), ganhou uma prótese “bem mais ou menos”, como diz. Querendo melhor a mobilidade, ele usou recursos próprios e comprou uma prótese nova.   Histórias engraçadas   Ainda em período de adaptação, Vinícius coleciona histórias inusitadas com o novo equipamento. “Teve uma vez que eu estava jogando futebol, driblei um marcador e chutei para o gol. O detalhe é que a bola ficou e a minha perna foi arremessada”, conta, às gargalhadas.   Com o apoio de amigos e familiares, Vinícius colocou um sorriso no rosto, se apoiou no esporte e não foi vencido por barreiras   (*) Colaborou Mateus Marotta

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