‘Não desisti mesmo após cinco cirurgias e agora volto mais forte’, diz Ana Luiza Lima
Ginasta do Minas tênis clube fala sobre a recuperação de uma grave lesão no tendão de Aquiles, o retorno às competições e os planos para o ciclo olímpico
Ana Luiza Lima, nascida em Telêmaco Borba, Paraná, em 8 de agosto de 2005, é uma das promessas da ginástica artística brasileira. Desde os sete anos, quando foi descoberta por treinadores do CEGIN, Ana Luiza se dedicou à ginástica, mudando-se para Curitiba para treinar e se destacar em competições nacionais e internacionais. Sua trajetória inclui títulos brasileiros, medalhas em Campeonatos Pan-Americanos e Sul-Americanos e a incorporação de elementos de alta dificuldade em suas apresentações.
Ao longo da carreira, Ana Luiza enfrentou desafios físicos e psicológicos. Em 2025, ela se recuperou de uma lesão séria no tendão de Aquiles, passando por cinco cirurgias e um processo intenso de reabilitação, que contou com acompanhamento médico, psicológico e o suporte constante de sua equipe. Essa experiência, segundo a atleta, reforçou sua determinação e paixão pelo esporte, motivando-a a retomar o caminho competitivo com ainda mais dedicação.
Desde março de 2023, Ana Luiza integra o Minas Tênis Clube, um dos principais centros de treinamento do país. No clube, ela encontrou apoio completo da equipe técnica e da instituição, que contribuiu para sua recuperação e desenvolvimento técnico. Com o suporte do Minas, a ginasta conseguiu voltar a competir com consistência, obtendo resultados expressivos nos aparelhos, especialmente nas paralelas, onde conquistou medalhas importantes em competições nacionais.
Agora, pronta para novos desafios e mirando a estreia olímpica, Ana Luiza Lima conversou com o jornal Hoje em Dia para contar sobre seu retorno às competições, as metas para este ciclo e a experiência de representar a Seleção Brasileira. A seguir, ela responde perguntas sobre sua carreira, recuperação e planos para o futuro.
Você voltou às competições após uma lesão séria no tendão de Aquiles. Como foi esse processo de recuperação física e mental até estar pronta para competir novamente?
Nenhum pós-cirúrgico é fácil, mas senti que esse foi o melhor que já tive. Essa foi minha quinta cirurgia e, pelo contrário do que pensam, que seria motivo para desistir, foi o momento que me deu mais vontade de continuar e me preparar para esse ciclo. Tenho acompanhamento psicológico, que fez total diferença, sem contar o apoio das pessoas que estão comigo todos os dias, que me deixaram pronta e confiante para voltar ao ambiente competitivo.
No Troféu Brasil, sua primeira competição desde a lesão, você já voltou ao topo do pódio nas paralelas. Esperava um desempenho tão forte logo na reestreia?
Para ser sincera, não esperava, até porque paralela é o aparelho que tenho mais dificuldade, mas por conta da lesão era o único que podia treinar mais. Esse resultado só mostrou que estamos no caminho certo e que valeu a pena voltar mais uma vez.
Recentemente, você também venceu o Campeonato Brasileiro individual nas paralelas. O que essas conquistas significam para você nesse momento da carreira?
resultado é muito bom para me colocar novamente na seleção e realmente mostrar que eu voltei e estou preparada mentalmente e tecnicamente para as próximas competições.
Você comentou que o trabalho do Minas na sua recuperação foi essencial. Como foi esse suporte do clube e da equipe técnica durante o tempo afastada das competições?
Mesmo em um momento que eu estava fragilizada, o Minas me acolheu e me deu força para continuar, sem contar que a nossa equipe é extremamente competente e fez o melhor trabalho antes mesmo da cirurgia. Com todo esse apoio, se eu não me dedicasse tanto quanto eles, seria injusto. Acredito que ambas as partes ajudaram para que tenha sido a melhor recuperação possível e sou muito grata por isso.
Você mencionou que o foco agora é criar consistência nas séries. Pode contar um pouco sobre quais elementos está trabalhando e quais são seus planos de evolução técnica para este ciclo?
Realmente esse ano estou indo com mais calma, criando consistência para que possa evoluir aos poucos, mas continuamente. Minha meta é ter um individual forte, com séries que se adaptem bem ao novo código, e que também se adaptem aos meus treinos da melhor forma.
Com esse retorno vitorioso, quais são suas expectativas para o restante da temporada? Já tem alguma competição internacional no radar?
Esse ano a meta mesmo é voltar aos poucos ao cenário competitivo, tanto nacional quanto internacional. Acredito que estou conseguindo manter isso, não só voltar a competir mais, mas também terminar o ano saudável para que ano que vem eu consiga evoluir mais. Ontem mesmo saiu a convocação para a Copa do Mundo, que vai acontecer na Hungria, e a aclimatação em Doha. Estou muito feliz por fazer parte da equipe. A meta desse ano é o Mundial e farei o meu melhor para fazer parte da equipe. Depois disso, vamos ver qual vai ser a melhor estratégia para finalizar esse primeiro ano do ciclo.
Representar a Seleção Brasileira é sempre um destaque. Como você enxerga sua volta ao cenário nacional e a chance de retomar espaço na equipe principal?
Isso faz total diferença na carreira de todo atleta. Muitos sonham em fazer parte da seleção, e só de ter a oportunidade de treinar com esse grupo eu já sou muito grata. Não é fácil fazer parte da equipe principal, mas acredito que não vai demorar muito para que eu consiga ocupar esse posto novamente. Estou mais motivada do que nunca e feliz também. Da minha parte sempre podem ter a certeza que estarei me dedicando 100%. O resto será consequência.
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