
"Se eles descerem ou subirem, o que importa é que a gente tem que continuar fiel pelo time. Eles têm que confiar na gente e a gente neles". Foram com estas palavras, há cerca de 15 anos, que Gabriel Gonçalves Schmidt, na época um torcedor mirim, traduziu o sentimento do atleticano com o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Num dia normal na escola onde fazia Ensino Fundamental, na Região Centro-Sul da capital, ele e alguns amigos acabaram se tornando personagem de uma matéria da Globo/Sportv. O assunto, obviamente, era a queda inédita do alvinegro. Hoje, as 23 anos, olha para trás com orgulho de cada palavra proferida perante o microfone.
"Eu tinha oito anos naquela época. A reportagem seria numa sala acima; pedimos para participar também e houve esta função com a turma mais velha. Eram só atleticanos na entrevista. Eu só tinha uma camisa oficial, pois naquela época era complicado ter. A minha já não servia mais, há uns dois anos. No vídeo, ela aparece em cima da mesa. Usei uma falsificada que ganhei numa rifa de festa junina", relembra Gabriel.
— alexia (@alexiaardgs) July 27, 2020tava vendo uma reportagem de qnd o galo caiu e me perguntando por onde andam esses mini torcedores fofíssimos pic.twitter.com/OziwBkdR17
"Estava ansioso com aquela entrevista. Tudo o que envolve o Galo nos deixa assim. O que eu falei ali foi o mais sincero. Sou atleticano desde pequeno e sofri muito quando caímos. Meu pai sempre falava que conseguiríamos recuperar", acrescenta. O hoje estudante de estudante de Engenharia da Computação, inclusive, tinha na parede do quarto um pôster do ano seguinte, quando o Atlético conquistou a Divisão de Acesso.
Ainda segundo ele, alguns amigos de escola viraram cruzeirenses naquela época, principalmente pelas conquistas recentes da Raposa, comandada pelo meia Alex; a Tríplice Coroa, a mais importante.
Mantendo-se firme na torcida pelo clube de coração, Gabriel foi recompensado anos após. Assim como milhares de atleticanos, ele viu de perto as conquistas da Copa Libertadores, da Copa do Brasil e também da Recopa Sul-americana. Com isso, provou década e meia depois que, de fato, vale mesmo a pena ficar 'com a pureza da resposta das crianças'.