No Brasileirão, Cruzeiro paga para jogar, e Atlético é o 'primo pobre' do G-6

Alexandre Simões
22/08/2019 às 19:48.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:07
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Vivendo a maior crise financeira de sua história, o Cruzeiro tem a Série A do Brasileiro como mais um problema. O clube tem renda líquida negativa na competição, onde pagou para jogar em cinco das sete vezes em que foi mandante. No caso do Atlético, apesar de integrar o G-6, grupo que garante vaga na Copa Libertadores do ano que vem, seu lucro com os jogos é muito menor que o dos concorrentes da parte de cima da classificação.
Uma reclamação comum aos dois rivais é a diferença nas cotas de televisão pagas principalmente a Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo.
Proporcionalmente, a diferença do valor arrecadado pela dupla mineira, em relação ao quarteto que abocanha a maior parte do dinheiro da TV, é ainda maior.

Pegando como base o ano passado, pois nesta edição a divisão do dinheiro da TV levará em consideração também a posição dos clubes, as maiores cotas de TV, que são de Flamengo e Corinthians, eram quase três vezes maiores que as de Atlético e Cruzeiro.

Na arrecadação líquida, o time paulista lucrou até agora quase 20 vezes mais que o Atlético. O clube carioca, que tem um preço médio de ingresso mais baixo, arrecadou quase oito vezes mais.

A comparação com Palmeiras e São Paulo também é desproporcional, pois os dois clubes têm renda líquida de quase R$ 9 milhões, e a do Galo é de pouco menos de R$ 550 mil.

Entre os integrantes do G-6, o clube mais próximo do Atlético em arrecadação com jogos é o líder Santos; mesmo assim o Peixe tem boa vantagem, pois já lucrou mais de R$ 1 milhão no Brasileirão até agora.

No caso do Cruzeiro, o que “salvou” foi o jogo do último domingo (18), contra o Santos, quando 37 mil torcedores pagaram ingresso no Mineirão e ajudaram o clube a diminuir o prejuízo, que era de R$ 318.707,00 para R$ 57.534,00.

Público

A Série A de 2019 tem até agora, após 15 das 38 rodadas disputadas, a melhor média de público da história dos pontos corridos, que foram iniciados em 2003, com 21.107 torcedores por confronto.

Mas em Minas esse fenômeno não acontece, e Atlético e Cruzeiro contam com baixa presença de público nos seus jogos.

Apesar da boa campanha, o Galo tem média de 12.829 pagantes por partida em que foi mandante neste Brasileiro até agora.

A tendência é que este número melhore neste sábado (24), diante do Bahia, mesmo assim seguirá bem abaixo do que o clube estava acostumado na competição.

O Cruzeiro, apesar da renda líquida negativa, tem uma média de pagantes cerca de 50% maior que a do Atlético, com 18.544 torcedores no Mineirão em cada duelo como mandante.

Ingresso barato

O que explica a média de público razoável e a renda líquida negativa no Cruzeiro é o baixo preço do ingresso praticado pelo clube. Só o Fortaleza, com R$ 13,53, tem tíquete médio inferior ao da Raposa, que é de R$ 15,50.

O que impressiona em relação aos dois é o número de não pagantes nos jogos. A média atleticana é de 3.507 por partida. A cruzeirense, de 4.873.

Nas 15 partidas disputadas em Belo Horizonte pelos dois clubes foram 232.447 os pagantes e 62. 178 os não pagantes, um Mineirão lotado de “caronas”. E este fenômeno só acontece em Minas Gerais.

* Colaborou Hugo LobãoCLIQUE PARA AMPLIAR

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