A sessão é chamada de “extraordinária”, terá longa duração (mais de 12 horas), e promete levar quase 100% do Conselho Deliberativo do Atlético à Sede de Lourdes. Hoje, 18 de setembro de 2017, a torcida do Galo prepara a camisa, rói as unhas e torce por 260 votos “sim”. No fim do dia, a expectativa é de aprovação dos conselheiros para que a Arena MRV saia do papel.

No auditório da Sede de Lourdes, entre 8h30 e 21h, o Conselho alvinegro vota pela aprovação ou rejeição do projeto do estádio próprio. O ponto mais importante é a venda de 50,1% do Shopping Diamond Mall, localizado ao lado da sede, por R$ 250 milhões.

A compradora será a Multiplan, empresa que já administra o centro comercial pertencente ao Atlético desde a construção.

Uma ala que era contrária à esta “troca” parece ter enfraquecido o voto negativo. A diretoria executiva do Atlético realizou reuniões informais com conselheiros para dizimar dúvidas e convencer o abraço ao projeto. Segundo o Hoje em Dia apurou, a esperança dos responsáveis pelo projeto é que haja até 20 votos acima do necessário. 

No cenário de aprovação, o projeto parte para os trâmites burocráticos na Câmara Municipal e em outras camadas do poder público de Belo Horizonte. 

Por falar nisso, o ex-presidente do clube e atual prefeito da capital, Alexandre Kalil, depois de ameaçar não ir na votação do estádio (o que acarretaria em um voto “não”), mudou de ideia e estará na sede, como conselheiro grande benemérito.

“Estarei, no dia 18, votando a favor do Estádio”, escreveu, no Twitter.

GIGANTE DE R$ 410 MILHÕES
O terreno para a construção do estádio foi doado pela MRV Engenharia através do fundador Rubens Menin (também conselheiro). É um lote de 56 mil metros quadrados no Bairro Califórnia, na Região Oeste de Belo Horizonte, avaliado em R$ 50 milhões.

E esta não foi a única contribuição de Menin. Ele pagará mais R$ 60 milhões para o estádio ser batizado de Arena MRV, em forma de “naming rights”.

Dos R$ 410 milhões que o Atlético precisa levantar para dar o pontapé das obras, faltam “apenas” R$ 40 milhões, levando em consideração que o “sim” irá prevalecer hoje. Pois, além dos R$ 110 milhões de Menin e os R$ 250 milhões da Multipan, há mais R$ 60 milhões que o Banco BMG, através do conselheiro e ex-presidente Ricardo Guimarães, promete injetar no fundo de reserva para o estádio, mediante a compra de 60% das quase cinco mil cadeiras cativas.

SAINDO DO GRUPO
Com o surgimento da Arena MRV, o Atlético passa a ser mais um clube brasileiro a ter estádio próprio. Não faltou referência para tal, até mesmo no futebol doméstico. Corinthians e Palmeiras são os “guias” do projeto do Galo em termos de ganho no futebol. Com novas casas inauguradas recentemente, os rivais de São Paulo aumentaram o aproveitamento como mandantes. 

“Só quatro ou cinco clubes no mundo, que têm torcidas maiores do que 8 milhões de pessoas, não têm estádio próprio. Eu tenho dado estatístico de quem teve novo estádio, a bola começou a entrar mais. O objetivo é ganhar título”, disse o presidente Daniel Nepomuceno, em entrevista à Rádio 98 FM.

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