O penta de Lewis Hamilton: uma façanha que orgulharia o ídolo Ayrton Senna

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
29/10/2018 às 22:55.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:30

 Era uma vez um menino inglês de origem caribenha, negro, filho de um técnico em informática de classe média baixa, que sonhava chegar à Fórmula 1. Não faltam aspectos na trajetória de Lewis Carl Hamilton que jogavam contra o desejo do menino que cresceu tendo Ayrton Senna como ídolo e espelho. Até que um belo dia, numa premiação da revista britânica Autosport aos melhores da temporada, ele tomou coragem para se aproximar de Ron Dennis, então dono da mesma McLaren com que Senna brilhou, e disse sem medo: “quero ser piloto de sua equipe”.

O resto é história, com contornos de lenda. Em que o capítulo mais recente foi escrito no fim de semana, fora do pódio do GP do México, mas com a garantia matemática do quinto título mundial de Fórmula 1. Conquistado não numa briga interna – circunstância em que curiosamente o piloto de Stevenage não se sente tão à vontade –, mas num duelo com um adversário de credenciais igualmente impressionantes.

E se Sebastian Vettel foi inconstante e errou em momentos decisivos, assim como a Ferrari também derrapou, vale lembrar que o time das Flechas de Prata começou o ano em inferioridade técnica mas, liderada por um piloto cirurgicamente perfeito, faz a festa mais uma vez.

Hamilton viu o rival comemorar em plena Silverstone com direito ao comentário pelo rádio “ganhamos na casa deles” e sem declarações bombásticas ou reações intempestivas, deu o troco em Monza com uma defesa vigorosa da posição que levou a Ferrari número 5 a rodar ainda na primeira volta.

A volta que valeu a pole nas ruas de Cingapura fez lembrar o ídolo Senna pela precisão e pela capacidade de tirar o máximo do equipamento quando tudo indicava que o favoritismo era da escuderia italiana – aliás, o britânico comandou o pelotão por nove vezes em 19 GPs, ampliando o já impressionante recorde de poles tirado de Michael Schumacher.

Melhor ano

“Definitivamente é meu melhor ano. Quando fui campeão ano passado, pensei: ‘como posso melhorar, estar mais preparado, mais focado, administrar meu tempo melhor e ser um piloto melhor nas condições mais variadas. E isso vale também no carro, nos boxes, com os engenheiros, na fábrica. Não sei se é algo que vem com a idade, mas a experiência certamente ajuda, estou feliz por ter alcançado o que me propus”, destaca o penta.

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