Obra sobre URT x Mamoré, 'maior clássico do interior', aguarda por apoio para ser publicada

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
08/06/2017 às 17:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:59
 (Arquivo/José Olímpio)

(Arquivo/José Olímpio)

Imortalizar a história daquele que é considerado o maior clássico do interior mineiro fazia parte apenas do trabalho de conclusão de curso do patense Diogo Rodrigues, 27 anos. Apaixonado pelo derby URT x Mamoré (ou vice-versa), o designer precisou de um ano para concluir a obra. Publicá-la, porém, por enquanto não passa de sonho.

Formado em 2012, ano da conclusão da pesquisa, Diogo tentou torná-la vendável em 2015, quando as duas maiores equipes de Patos de Minas figuravam no Módulo I do Estadual, mas a tentativa não foi aprovada pelo poder público da “Terra do Milho”.

“Eu quis contar a história do clássico desde o amadorismo. Tinha muita coisa legal que faltava alguém para compilar os dados e colocar o projeto em prática”, comenta Rodrigues.

Como o Sapo atualmente figura no Módulo II e o Trovão Azul acumula dois títulos consecutivos de melhor do interior, o designer decidiu deixar o projeto na gaveta e esperar que ambos estejam novamente juntos na elite mineira.

Contudo, caso apareça algum parceiro para tornar o sonho realidade, o expert no clássico do Alto Paranaíba não pensará duas vezes para multiplicar sua obra.

Uma história mágica

Apesar de não ter registro oficial do primeiro clássico entre URT e Mamoré, Diogo conseguiu relato importante de quem viu nascer de perto a rivalidade.

José Miguel Barbosa, o “Motorzinho” ou “Zé Pequeno”, fora jogador do alviverde e afirma que o primeiro confronto aconteceu por volta de 1954, 1955, e que terminara com empate por 1 a 1.

“Conheci minha esposa Neide no Waldomiro Pereira (antigo estádio do Mamoré). Eu jogava a bola para fora, no rumo dela, só para poder chegar perto”, relata Barbosa no livro.

Outro personagem importante da história do derby é Ditinho. Ex-atacante da URT, ele é o goleador do confronto com 11 gols. Considerado por muitos o maior camisa 9 da história do Pato, balançou as redes 101 vezes com a camisa azul e branca.

O sucesso do antigo “homem-gol” na cidade foi tão grande que, quando pendurou as chuteiras, ele se tornou vereador ao receber 1.386 votos. Além disso, Ditinho quebrou um hiato de 30 anos sem um negro ocupar a cadeira na Câmara de Patos de Minas.

A farsa da lesão

Na rica história registrada na obra de Diogo Rodrigues, uma delas, em especial, chama muita atenção.

Na véspera de um clássico decisivo, em 1998 – último do hexagonal final do Módulo II –, o mesmo Ditinho se tornou protagonista de uma das maiores farsas do futebol mineiro.
Fingindo ter se lesionado na última atividade antes do jogo, ele deixou o gramado de muletas.

Considerado carta fora do baralho, o ex-jogador surpreendeu a todos quando entrou em campo no Zama Maciel. Naquela tarde, com show de Ditinho, inclusive, aconteceria a maior goleada do confronto: URT 4 x 1 Mamoré.

"Depois do treino, o pessoal das rádios ficou louco querendo saber o que havia acontecido. Eu saí enfaixado e de muletas do vestiário, dizendo que não teria condições de jogo. Aí fui para a concentração com o time normalmente, mas ninguém ficou sabendo”, conta o ex-jogador.

Esperançoso em poder levar estas e outras histórias ao máximo de pessoas, Diogo Rodrigues, apesar de não ter sido abraçado pela própria cidade, ainda espera que o apoio financeiro apareça logo.

 

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