'Onde a minha mão não alcançar, a do Lucca vai chegar', diz Elisson após acertar com o Villa

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
20/11/2018 às 18:53.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:55
 (Washington Alves/Cruzeiro)

(Washington Alves/Cruzeiro)

“Quero dizer ao pessoal de Nova Lima: pode ter certeza que o Villa não contratou um, mas sim dois goleiros, que somos eu e o Lucca. Onde a minha mão não alcançar, a dele vai chegar”. Se recuperando do duro golpe da perda do filho de seis anos, há menos de uma semana, Elisson quer voltar a sorrir.

Anunciado na tarde desta terça-feira (20) como reforço do Leão do Bonfim para o Campeonato Mineiro, o goleiro, de 31 anos, já negociava com o alvirrubro antes mesmo  da tragédia. 

“Tudo o que meu filho mais gostava é que eu jogasse bola e brincasse com ele. Nunca pensei em parar de jogar porque é o que eu mais amo fazer. Ano passado fiquei parado um tempão e estava lutando para voltar. Agora que estou curado, eu não posso parar. Se eu parasse, seria muito triste para o meu filho lá no céu”, conta Elisson ao Hoje em Dia.

Ainda de acordo com o goleiro, as luvas que ele calçará no Estadual terão o nome de Lucca; além disso, uma foto do filho deverá ser estampada na camisa do Villa; pedido este feito pelo próprio camisa 1 à diretoria.

“A oportunidade de jogar com uma camisa tão pesada como é a do Villa é um prazer. Tenho um carinho muito grande por eles, assim como têm por mim. Tinha outras propostas, mas optei pelo Leão por sua história e por me abrir a porta neste momento tão difícil da minha vida” diz o goleiro, que nasceu e reside em Brumadinho, na Região Metropolitana da capital.

“Neste momento precisamos da nossa família por perto. Vou ficar em casa. Vou acabar os treinos ou os jogo ir voltar para perto da família. O que eu mais quero é todos perto de mim e da minha esposa”, acrescenta.

Missão de Lucca

Apesar do pouco tempo para assimilar a perda do pequeno. Elisson se mostra forte para seguir em frente. Para ele e a esposa Gisele, Lucca cumpriu sua missão de salvar vidas no plano terrestre. Há alguns dias, inclusive, o coração do baixinho já batia em outra criança.

“Para mim é uma notícia muito boa. O propósito do Lucca na Terra era salvar vidas. Com essa mobilização mundial, agora a gente entende a razão. Hoje ele está com o coração batendo numa criança de 11 meses que a mãe estava há 50 dias na UTI clamando por um milagre; o mesmo que eu fazia. E o milagre aconteceu. Meu filho salvou a vida do filho dela”, relata o arqueiro villa-novense.  

“O fígado também foi transplantando para uma pessoa que temos amigos em comum. O Lucca é um anjo que veio para salvar vidas e o propósito dele na Terra está sendo cumprido”, finaliza.

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