Oswaldo diz que Atlético alertou contra repórter, que nega ofensa: 'Estava fazendo meu trabalho'

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
08/02/2018 às 15:32.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:13
 (DENILTON DIAS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO)

(DENILTON DIAS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO)

Ao desembarcar em Belo Horizonte na manhã desta quinta-feira (8), o técnico Oswaldo de Oliveira preferiu manter o silêncio diante da quase "vias de fato" que ameaçou fazer contra o repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência. Entretanto, o treinador concedeu entrevista para Fox Sports, ESPN Brasil e SporTV comentando o fato.

Basicamente, o treinador alegou os mesmos argumentos nos pronunciamentos "além-nota oficial". Afirmou, entretanto, que ao chegar no Galo, foi alertado por "comissão técnica, jogadores e assessores" sobre a postura que Léo Gomide mantém na profissão de apurar e divulgar notícias do clube. 

"Desde o ano passado, quando cheguei aqui, todos aqui no clube me advertiam: 'Olha, tem um cara assim, assim'. Só que eu não prestava atenção. Eu ia lá dar a entrevista, sem discriminar ninguém, respondia as perguntas de todos. Até que um dia, nós jogamos, acho que foi no meu quinto jogo, contra o Atlético Goianiense, e ganhamos de 4x3, e ele aí... você estão me ouvindo? Alô? Está me ouvindo? (Perfeitamente)", disse Oswaldo.

OSWALDO AO VIVO! O técnico do @atletico cita histórico de troca de farpas que levaram à discussão de ontem com um repórter: 'Ele ficou chateado e passou a ser mais ácido comigo' #FSRádioBrasil pic.twitter.com/Htnhu56Xia— FOX Sports Brasil (@FoxSportsBrasil) 8 de fevereiro de 2018

Léo Gomide, em um primeiro momento, preferiu não se manifestar sobre a confusão. Porém, horas depois do desembarque do Galo, se pronunciou à ESPN Brasil por volta das 14h30, alegando que não ofendeu Oswaldo de Oliveira, como o mesmo alegou e que ocasionou o veto e a censura do Atlético perante o repórter. Gomide, ao relembrar a abordagem que irritou Oswaldo, afirmou que disse: "estou fazendo apenas o meu trabalho".

"Eu disse que estava fazendo o meu trabalho. Repeti por mais de três vezes e ele repetiu que eu não deveria fazer análise, mas, sim, apenas a minha pergunta. Eu falei mais de três vezes: 'esse é meu trabalho' e falei 'muito obrigado'. Virei as costas para onde estava meu celular e fui interpelado abruptamente pelo treinador, que alega ter sido xingado. Não sei como, mas ele alega. As três pessoas que que estavam lá, estavam de fone de ouvido, assim como eu estava. Tinha um funcionário do clube que, ao que parece, não ouviu", disse Gomide, à ESPN.

Ao SporTV, Oswaldo havia revelado que foi ofendido por Gomide da seguinte maneira: "Virei para outro repórter quando ouvi claramente e outros ouviram a hora que ele falou: ''Vai para aquele lugar''. Já me desculpei e volto a pedir desculpas", disse.

Ambos, na ESPN, preferiram colocar uma "pedra sobre o assunto". Gomide, mais uma vez, negou a ofensa, e ainda desafiou qualquer membro ou ex-membro do corpo diretivo ou técnico do Atlético a apresentar alguma prova contra ele no que diz respeito a palavras de baixo calão em coletivas de imprensa. 

Esclarecimento: pic.twitter.com/i2pE8J3KQw— Léo Gomide (@LeoGomide) 8 de fevereiro de 2018

PONTO DE PARTIDA
Na entevsta à Fox Sports, Oswaldo disse que começou a perceber em Gomide uma atitude mais ácida nas perguntas quando o Atlético venceu o Atlético Goianiense em 9 de novembro de 2017, pela 33ª rodada do Brasileirão. Na ocasião, o Galo venceu o xará de Goiás por 3x2 (e não por 4x3, como tentou se recordar Oswaldo), de virada, depois de estar duas vezes atrás do placar. 

Na coletiva de imprensa, Oswaldo disse que Léo Gomide desqualificou os gols marcados pelo alvinegro, que balançou as redes na cobrança de pênalti com Fábio Santos, depois em arremesso lateral de Marcos Rocha completado por Luan, e um chute desviado de Fred. Oswaldo ironizou a pergunta (se o técnico teria preocupação com a construção dos gols), dizendo que pediria para anularem os gols do Galo. "É, a gente vai inclusive pedir para tirar esses gols, porque eles não valeram...Um de lateral, outro de pênalti, outro de cruzamento..."

Depois, ainda na FOX, o treinador afirmou que acharia que Gomide teria ficado chateado com a resposta, e que, a partir daí, teria escolhido ser mais ácido nas interpelações. 

"Então simplesmente ele desqualificou todos os gols. Disse: 'o Atlético ganhou, mas o primeiro foi falha do goleiro, o segundo de bola parada, o terceiro foi de pênalti e o quarto, o Fred foi cruzar, a bola bateu no adversário e entrou'. Aí eu falei: 'Então nós não merecíamos a vitória, vou ligar na CBF e pedir para dar os três pontos pro Atlético Goianiense. O pessoal todo que estava na sala riu. Acho que ele ficou muito chateado com isso e a partir desse momento, passou a ser mais ácido comigo. Mas tirei de letra, não me incomodo com nada disso, já peguei outros amiguinhos muito piores por aí (vídeo cortado)", disse Oswaldo, à Fox.


-Léo Gomide: "Dois aspectos, por favor: um gol de pênalti, uma cobrança de lateral que é característica do Marcos Rocha e um gol que foi tentativa de cruzamento e a bola desviou. O Atlético consegue a virada, mas se você tem uma preocupação, no modo como foi a construção dos gols hoje... E depois do gol, o goleiro do Atlético-GO acabou não fazendo nenhuma defesa.. Queria saber também se os 45 pontos é um alívio, por mais que se fale em Libertadores e esses 45 é uma nota de corte..."

- Oswaldo: "É, a gente vai inclusive pedir para tirar esses gols, porque eles não valeram...Um de lateral, outro de pênalti, outro de cruzamento. Tem o mesmo valor de qualquer gol. A bola do segundo gol deles carambolou nas pernas do Cazares e entrou. Então cada gol tem sua característica. A jogada do arremesso lateral a gente tem que treinar sempre. É uma coisa que já existia com o Marcos, e eu sofria muito quando vinha jogar aqui. É uma coisa que continuamos estimulando a fazer. Pênalti nós ganhamos do São Paulo com gol de pênalti, Copas do Mundo são decididas com gols de pênalti. Vale o mesmo gol. É claro que nos precisamos melhorar muito e isso que estamos trabalhando. Nosso segundo tempo foi muito diferente, até a gente fazer o terceiro gol, eles é que não tinham dado nenhum chute a gol. Mas a necessidade de cada um fez o placar contar essa história". 

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