Uma cena tem se tornado comum quando atletas brasileiros que recebem apoio do Ministério da Defesa sobem ao pódio em competições internacionais. Na hora do Hino Nacional e do hasteamento das bandeiras, os competidores prestam continência, uma saudação militar para manifestar respeito.
Nesta sexta-feira, depois de ganhar a medalha de ouro no revezamento 4x200m livre no Mundial de natação em piscina curta, que está sendo disputado em Hangzhou, na China, Luiz Altamir, Fernando Scheffer e Leonardo Santos prestaram continência no pódio. O único que não fez o gesto foi Breno Correia, que não é atleta militar.
Luiz Altamir, Fernando Scheffer e Leonardo Santos têm o cargo de 3º Sargento do Exército. Assim como eles, muitos outros atletas brasileiros também são militares. A parceria entre o Ministério do Esporte e o da Defesa foi uma forma de aumentar os recursos dos competidores de elite do País. Como comparação, dos 465 atletas do Time Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, 145 eram atletas militares.
O trio fez o gesto no pódio e relembrou diversas comemorações que ocorreram com brasileiros nos últimos anos. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em 2015, a continência chamou a atenção pela primeira vez. À época, a organização do evento avaliou a manifestação como um gesto patriótico. No ano seguinte, nos Jogos do Rio, muitos atletas repetiram o gesto e o COI (Comitê Olímpico Internacional) não se incomodou com a situação.
Todo atleta que recebe ajuda das Forças Armadas é obrigado a passar por um programa de reciclagem a cada seis meses. Nele, aprende a usar armas e recebe informações sobre normas de conduta, entre outras noções militares. Os críticos do gesto da continência no pódio dizem que a manifestação faz referência a um tipo de "patrocinador", o que seria proibido pelo código de conduta.
http://www.estadao.com.br