Parceira mais antiga da Fifa, Adidas pede mudanças na entidade, mas preserva cabeça de Blatter

Estadão Conteúdo
03/10/2015 às 17:13.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:56

Diferentemente da reação de quatro patrocinadores da Fifa divulgada na sexta (2), a Adidas, parceira mais antiga da entidade, não pediu a renúncia do presidente Joseph Blatter, em comunicado enviado à imprensa neste sábado (3).   "Como já foi destacado várias vezes, a Fifa deve implementar mudanças fundamentais para o bem do futebol. Portanto, o processo de reforma iniciado deve continuar de forma rápida e transparente", diz a nota da Adidas, sem citar o suíço.    A montadora sul-coreana Kia e a empresa de energia russa Gazprom, outras patrocinadoras da Fifa, também não se manifestaram sobre o assunto.    Em comunicados separados, mas divulgados praticamente ao mesmo tempo na sexta, as gigantes Coca-Cola, Visa, McDonald´s e Budweiser (AB InBev) alegaram que a saída do suíço é fundamental para que o processo de reforma na Fifa tenha credibilidade.    "A cada dia que passa, a imagem e a reputação da Fifa continuam a ser manchadas. A Fifa precisa de uma reforma ampla e urgente, que só pode ser realizada com uma abordagem verdadeiramente independente", disse a Coca-Cola, patrocinadora desde a década de 1970.    "Nós acreditamos que a renúncia de Joseph Blatter da Fifa imediatamente seria o melhor", afirmou o McDonald´s, que atua desde 1994 na entidade.    Todas as empresas têm contratos pelo menos até a Copa de 2022, no Qatar. Estima-se que só a Coca-Cola, por exemplo, gaste pelo menos US$ 30 milhões por ano com a Fifa.    Segundo o jornal inglês "The Guardian", o contrato da Adidas com a Fifa vai até 2030. De acordo com a publicação, o filho do fundador da empresa, Horst Dassler, ajudou a alavancar a carreira de Blatter na entidade, e a história de ambas está entrelaçada.   NEGATIVA    O advogado de Blatter, Richard Cullen, emitiu nota informando que o dirigente não vai atender ao pedido dos patrocinadores.    "Blatter respeitosamente discorda e acredita firmemente que deixar seu posto agora não seria de melhor interesse para Fifa, nem avançaria o processo de reforma, e, portanto, ele não vai renunciar", disse.    Blatter promete sair oficialmente em 26 de fevereiro, quando ocorre a eleição convocada por ele em 2 de junho, dia em que anunciou que desistiria do mandato de quatro anos para o qual acabara de ser reeleito.    A pressão dos patrocinadores é mais um revés para o cartola, praticamente isolado no cargo. O gesto das gigantes ocorre uma semana depois da abertura de uma investigação criminal contra Blatter por parte do Ministério Público da Suíça por supostas  irregularidades num contrato de direitos de transmissão na América Central e em um pagamento de 2 milhões de francos (R$ 8,3 milhões) ao presidente da Uefa, Michel Platini, favorito para sucedê-lo na eleição.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por