

A polêmica envolvendo a proibição da Polícia Militar, que vetou a entrada de objetos alusivos ao rebaixamento do Cruzeiro à Série B no clássico, ganhou mais um capítulo. Após o veto gerar repercussão nacional, a PM explicou o que considera como "proibido" para o jogo de sábado, às 19h, no Mineirão, pela oitava rodada do Campeonato Mineiro.
Segundo o tenente-coronel Trant, da Polícia Militar de Minas Gerais, estão proibidas grandes manifestações de torcidas organizadas, que podem gerar tumulto e confusão por causa da rivalidade entre os clubes.
"Houve um equívoco. A proibição é para (torcidas) organizadas. A PM não vai admitir confusões, grandes faixas, ações orquestradas por grandes grupos. Movimentação de torcedores de forma pacífica não haverá problema algum", reconsiderou o militar em entrevista ao Hoje em Dia.
A confusão e polêmica se formaram pela forma como a decisão foi informada no documento oficial do jogo, lavrado em reunião na sede da Federação Mineira de Futebol, na manhã desta terça-feira.
Na ata do encontro, no tópico 33, está claramente escrito o seguinte: “A Polícia Militar determina que não sejam executados cânticos e vídeos provocativos no sistema de áudio e vídeo do Mineirão, bem como, determina a entrada de qualquer artefato que tenha a imagem da letra B (no estádio). O Atlético não concorda com a proibição da PMMG. A ironia e as manifestações legítimas do torcedor não podem sofrer limitações pelo poder público, o clube espera que o Ministério Público atue para defender a manifestação do torcedor”, cita o documento com as normas regentes do espetáculo.
O Major Felipe não quis entrar em detalhes em entrevista após o encontro na FMF, mas citou que a questão das provocações estava definida no documento oficial da reunião. “A Polícia Militar vai seguir com o que sempre faz nos clássicos entre Atlético e Cruzeiro para garantir a segurança interna e externamente. Esses materiais (alusivos à queda do Cruzeiro à Série B) foram citados na ata da reunião da Federação (Mineira de Futebol). Se alguém tiver interesse acesse o site que estará lá descrito”, afirmou o militar.
Apesar de não ter se manifestado durante o encontro e nem pedido que houvesse proibição na entrada de materiais com a letra B, o Cruzeiro, na figura de seu supervisor administrativo, apoiou a decisão da PM.
“É uma questão de segurança. Como a polícia é responsável pela segurança do espetáculo de tamanha importância como é Atlético x Cruzeiro, ela determinou a proibição (dos materiais com a letra B). Temos que parabenizar esse comportamento da polícia, para que todos que forem ao estádio assistir ao espetáculo tenham segurança”, comentou Benecy Queiroz em entrevista à imprensa.