(Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
Na maior crise financeira de seus 100 anos de história, o Cruzeiro vê na venda de jogadores uma receita fundamental para a viabilidade do clube nos próximos meses.
Nos últimos anos, os zagueiros têm sido os principais personagens nas negociações da Raposa, constantemente pressionada pelas inúmeras dívidas.
Entretanto, o contexto em que tem pouca margem de barganha, em razão da urgência para receber a verba, faz com que a instituição tenha perdido a oportunidade de arrecadar um valor maior com esses ativos.
Anunciado pelo Tokushima Vortis, do Japão, no último domingo (15), Cacá é o nome mais recente dessa lista, que conta com quatro nomes em menos de 20 meses.
Em uma transação – ainda não oficializada pelo clube estrelado - os japoneses devem desembolsar 2 milhões de dólares (cerca de R$ 10,7 milhões) para efetuar a contratação. O Cruzeiro detém 60% dos direitos econômicos.
Antes de Cacá, três outros jovens defensores formados na Toca da Raposa I foram negociados recentemente.
Murilo
Titular na conquista da Copa do Brasil de 2017, Murilo, então com 22 anos, foi vendido pela Raposa ao Lokomotiv Moscou-RUS, em julho de 2019, quando o clube celeste já vivia situação econômica delicada.
Na negociação, o Cruzeiro recebeu em torno de 2,5 milhões de euros (R$10,9 milhões na cotação da época).
Desse montante, a Raposa, então detentora de 75% dos direitos econômicos do atleta, teve direito a R$8,1 milhões.
Fabrício Bruno
Outra cria da base celeste, Fabrício Bruno deixou o Cruzeiro em janeiro de 2020, rumo ao Red Bull Bragantino.
Na ocasião, o defensor, prestes a completar 24 anos, aceitou retirar uma ação trabalhista que havia ingressado contra a Raposa, em troca da rescisão do contrato.
Para liberar Fabrício, os azuis receberam em torno de R$2 milhões, relativos a 70% dos direitos econômicos do jogador, e manteve 20% desses direitos, vislumbrando uma negociação futura.
Integrante do elenco rebaixado à Série B em 2019, o zagueiro deixou a Toca da Raposa II com 34 jogos pelo time principal.
Edu
Considerado um dos defensores mais promissores que surgiram na Toca da Raposa II nos últimos ano, Edu deixou a Raposa com apenas três jogos pelo time principal.
Precisando urgentemente de recursos para quitar débitos com os jogadores e a comissão técnica, a diretoria do Cruzeiro negociou o zagueiro, então com 19 anos, com o Athletico-PR, em junho do ano passado.
Pela transação, o clube estrelado recebeu 500 mil dólares (cerca de R$2,5 milhões na cotação da época), e manteve 15% dos direitos econômicos do jogador.