Primeiro-ministro diz que 'não há mais lugar' para Benzema na seleção francesa

Estadão Conteúdo
01/12/2015 às 11:09.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:09

O escândalo envolvendo Karim Benzema na seleção francesa alcançou nesta semana o alto escalão do governo nacional. Nesta terça-feira, o primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou que "não há mais lugar" para Benzema no time que vai representar o país anfitrião na Eurocopa de 2016.

"Um grande atleta deve ser exemplar. Se não o é, ele não tem mais lugar na seleção francesa", disse o primeiro-ministro à rádio Europe 1. "Há tantas crianças, tantos jovens em nossos subúrbios que acompanham nossos grandes atletas. Eles usam a camisa azul, as cores da França [da seleção], que são tão importantes neste momento."

Após fazer referência ao momento delicado vivido pela França, após os atentados de Paris, Valls comparou a situação de um jogador da seleção a um membro do governo. "Se um ministro enfrenta qualquer denúncia, ele deixa de fazer parte do governo", disse o primeiro-ministro.

Valls pediu a saída de Benzema da seleção devido ao escândalo de chantagem que tem como vítima outro jogador da seleção, o meia Mathieu Valbuena. O atacante do Real Madrid foi denunciado judicialmente sob acusação de ter intermediado o contato de um criminoso, seu amigo de infância, com Valbuena. O primeiro cobrou dinheiro do meia para não divulgar um vídeo íntimo dele com sua namorada.

Benzema se tornou réu do caso por decisão da juíza de instrução de Versailles, Nathalie Boutard. Ela alega que são provas contra o jogador as seis conversas telefônicas interceptadas e gravadas pela polícia entre junho, quando do início do caso, e outubro, quando a informação veio à tona.

A mesma quadrilha teria sido responsável por outro caso de chantagem, desta vez contra o ex-atacante da seleção francesa Djibril Cissé, que em 2008 teria pago 100 mil euros para se livrar da extorsão. Mas em outubro passado o próprio Cissé foi detido pela polícia para averiguações sobre o caso envolvendo Valbuena.

O advogado de Benzema, Sylvain Cormier, continua a negar a responsabilidade de seu cliente, afirmando que ele "não participou da operação de chantagem" e que, aos olhos da Justiça, continua inocente até que se prove o contrário.
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