Principal contratação do ano, Marcelo Moreno não deslancha e tem números piores que os de reserva

Lucas Borges
@lucaslborges91
03/09/2020 às 17:12.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:27
 (Gustavo Aleixo/Cruzeiro   )

(Gustavo Aleixo/Cruzeiro )

A contratação do atacante Marcelo Moreno foi um alento para a torcida do Cruzeiro em meio a grave crise esportiva, financeira e institucional que o clube atravessa desde o ano passado.

O retorno de um ídolo no pior momento da história da instituição, além da  expectativa do ganho técnico,  foi uma espécie de afago no torcedor, que há mais de um ano vem sofrendo com notícias ruins da instituição tanto dentro, como fora de campo.

No dia 19 de fevereiro, Moreno foi apresentado de maneira inusitada na Toca da Raposa II, com a camisa celeste pintada no corpo e destacando o carinho pela instituição. 

O fato de o centroavante ter aceitado voltar ao Cruzeiro ganhando um salário dentro do teto de R$150 mil estipulado pela diretoria - valor muito inferior ao que ele ganhava na China - e para jogar a segunda divisão nacional neste ano, fizeram com que o jogador ganhasse ainda mais o respeito e o carinho dos cruzeirenses. 

Entretanto, quase sete meses depois de iniciar sua terceira passagem pelo clube, o atacante boliviano tem conseguido ajudar pouco o time quando esteve em campo.

Moreno marcou apenas um gol nas 12 partidas (11 como titular) que disputou com a camisa estrelada nesta temporada. O centroavante balançou as redes apenas na vitória por 3 a 2 sobre o Guarani-SP, no dia 11 de agosto, na segunda rodada da Série B. Na ocasião, o boliviano converteu uma cobrança de pênalti, ainda no primeiro tempo.

Desde então, Moreno vem sofrendo com a falta de criatividade da equipe comandada pelo técnico Enderson Moreira.

A dificuldade da equipe em produzir chances claras de gols é fator preponderante para as atuações discretas do boliviano.

Mesmo pouco acionado, Moreno, assim como outros jogadores do elenco,  tem recebido críticas de parte da torcida pelos números ruins e pela baixa produtividade nas partidas.Bruno Haddad/Cruzeiro / N/A

Liderança

Pesa a favor do centroavante o papel de líder que exerce dentro do elenco. O jogador é figura constante nas entrevistas, mesmo após resultados ruins do time.

Com a experiência adquirida nos seus 33 anos, somados aos 105 jogos, 46 gols, e três títulos pelo Cruzeiro, Moreno costuma "dar a cara a tapa", como se diz no meio do futebol.

Não foi diferente após a derrota por 1 a 0 para o Brasil-RS, na última quarta-feira, em Pelotas, pela 7ª rodada da Série B.

"Acredito que é um momento de união, um momento de pedir para a torcida estar com a gente, nos apoiar. Sabemos que temos muita responsabilidade por tudo que está acontecendo no Cruzeiro dentro de campo e vamos tentar solucionar esse problemas. Com certeza estão todos chateados, mas vamos tentar reverter tudo isso", disse o jogador, em entrevista à TV Globo.

Concorrência

A principal sombra de Marcelo Moreno no atual elenco do Cruzeiro é o jovem Thiago, de 19 anos.

Alçado ao time principal no início deste ano, o centroavante tem números melhores do que os de Moreno em 2020.

O atacante participou de 15 jogos no ano, sendo oito como titular, e marcou três gols. Inclusive, na sua estreia na equipe de cima, na vitória por 2 a 0 sobre o Boa Esporte, na primeira rodada do Campeonato Mineiro.

Mesmo sem ter balançado as redes no Brasileiro, Thiago vem sendo acionado pelo técnico Enderson Moreira durante a maioria das partidas.

Enquanto Marcelo Moreno se recuperava de um corte na cabeça, o jogador foi titular nos empates em 1 a 1 com o Confiança-SE, pela Série B, e com o CRB, pela Copa do Brasil.

A maior mobilidade em campo em relação ao atacante boliviano é um dos principais atributos que credenciam Thiago a ter mais oportunidades na equipe.

Na 16ª colocação na tabela, com quatro pontos, o Cruzeiro conta com os gols de Moreno e Thiago para buscar a reabilitação na Série B.

A Raposa volta a campo para enfrentar o CRB, na próxima segunda-feira (7), às 20h, no Mineirão, em duelo válido pela 8ª rodada da competição.  

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