Substituto de Casemiro, Fernandinho é reserva que mais jogou na era Tite

Thiago Alberto
04/07/2018 às 15:36.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:12
 (AFP)

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Ao assumir o posto de um dos melhores volantes da Copa, Casemiro, suspenso devido ao segundo cartão amarelo, no jogo de amanhã, contra a Bélgica, muitos podem pensar que Fernandinho está sendo jogado num caldeirão fervendo de responsabilidades. Afinal, trata-se de uma missão pesada, que exige, no mínimo, muita experiência e sangue frio para encarar uma partida que vai decidir o destino da Seleção no torneio.Nesta tensão, um detalhe fundamental pode passar despercebido: se existe um jogador que conhece o ritual de vestir a amarelinha, sob o comando de Tite, este jogador é Fernandinho.

Ele entra no ranking dos cinco mais escalados pelo treinador gaúcho, com 19 convocações. Fica atrás apenas de Philippe Coutinho e William (23 jogos), Paulinho (22), Alison e Gabriel Jesus (21) e Miranda (20). 

Mais: divide a 5ª colocação no pódio com Renato Augusto e com ninguém menos que Neymar, seguramente o símbolo e o jogador mais evidenciado da Seleção Brasileira nos últimos anos. Curiosamente, supera inclusive o craque do Real Madrid que vai ceder lugar a ele na decisão de amanhã: Casemiro fez 17 jogos com Tite. 

Esta informação ajuda a construir outro detalhe sobre sua presença no time: Fernandinho é uma espécie de eminência parda, ou melhor, o 12º titular do time de Tite. O fato de ter entrado em todas as partidas que o Brasil disputou nesta Copa apenas confirma a moral e o papel estratégico (especialmente para dar aquela segurança na defesa nos finais de jogos) que ele possuí.

EM SEGREDO

Possíveis explicações para este caráter meio “secreto” de Fernandinho pode estar em diversos lugares. O primeiro dele é a posição em que atua, já que a volancia, tradicionalmente, não é um pedaço do campo iluminado por fortes holofotes. E claro, com apenas dois gols marcados em 48 jogos disputados pelo Brasil –já contando os disputados na Rússia–, seu reconhecimento pelo público em geral é ainda mais difícil.

Afinal, não são muitos que lembram de um tento decisivo do jogador, marcado na final do Mundial Sub-20 de 2003 contra a Espanha. O jogo caminhava para a prorrogação quando o volante entrou em campo e completou escanteio de Daniel Alves para fazer o gol que garantiu o tetra brasileiro na categoria. 

O tempo também ajuda a apagar a imagem do volante na memória coletiva. Fernandinho entra naquela grupo de jogadores que está há muitos anos no exterior. Depois de jogar pelo Atlético-PR (onde fez parte do grupo campeão nacional de 2001) até 2005, quando foi para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia e por lá brilhou por oito anos. 

Sua mudança para o Manchester City foi estratégica: buscava visibilidade para se consolidar na Seleção e, principalmente, conseguir uma vaga no time de Felipão que jogaria a Copa no Brasil, em 2014. Conseguiu a titularidade e, de quebra, ainda marcou contra Camarões, em jogo da primeira fase. 

Quando tudo parecia correr bem, veio o desastre contra a Alemanha e o peso jogado em cima de suas costas. Quatro anos depois e muitos títulos conquistados na Inglaterra, pode ter chegado a hora de Fernandinho brilhar.

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