(Bruno Haddad/Cruzeiro)
O Cruzeiro vive um de seus piores momentos da história, com crise financeira grave, problemas relacionados a salários atrasados, elevado número de processos na Justiça, dentre outros. E esse momento turbulento fora de campo se reflete no gramado, nos bastidores do futebol e nas sedes sociais do clube, e até na arquibancada, provocando um dos maiores rachas já vistos na agremiação estrelada.
Na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e precisando somar pelo menos metade dos pontos em disputa no segundo turno (27 pontos de 54 possíveis) para escapar da Série B, o Cruzeiro necessita antes de mais nada se unificar. O clube possui “fissuras” em importantes estruturas e que, não resolvidos esses problemas, podem gerar uma catástrofe às vésperas do centenário azul, a ser comemorado em 1921.
Divisões políticas
Não é segredo que o Conselho Deliberativo está partido, com a ala apoiadora da atual diretoria, investigada por possíveis irregularidades, e os que querem a saída do trio composto pelo presidente Wagner Pires de Sá, o vice de futebol Itair Machado, e o diretor geral Sérgio Nonato. Grupo que também não tem mais a união de outros tempos.
O capítulo mais novo dessa rixa envolve um conselheiro nato celeste, apoiador da atual diretoria, que em entrevista à Rádio Itatiaia, falou do momento atual nos bastidores do clube. João Moreira, conhecido como João Doido, questionou até a atribuição do empresário Pedro Lourenço, dono da rede de Supermercados BH (também conselheiro) e postulante ao cargo de presidente em eleições futuras. Lourenço retirou recentemente ações na Justiça contra o clube.
“A desgraça nossa é o momento político. (...) E outra coisa, o Pedro BH. Não o conheço, sou um dos conselheiros mais antigos do Cruzeiro. Eu ouvi coisas que ele teria de meter R$ 300 milhões no Cruzeiro. Se um ‘supermercadozinho’ tem esse dinheiro e o Cruzeiro deve R$ 500 milhões...”, questionou.
Guerra entre torcidas
Também no jogo Cruzeiro x Flamengo, duas facções organizadas do time celeste entraram em guerra campal: Máfia Azul e Pavilhão Independente geraram o caos na esplanada do Mineirão e nas áreas internas do setor C inferior do estádio. A Pavilhão, antes oposição, agora se aliou à atual diretoria, caminho inverso ao da Máfia Azul.
Grupo rachado
A relação dos atletas do time principal se mostrou problemática também. Alfinetadas entre jogadores e o técnico Rogério Ceni escancararam problemas de relacionamento no grupo, o que mostra que o caminho do Cruzeiro contra o rebaixamento pode ser bem mais tortuoso do que se imagina.