'Rapa do tacho' da casa, Santana é também o mais jovem do pelotão de frente do Brasileirão

Henrique André
08/08/2019 às 18:13.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:54
 (Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

Ser o mais novo da turma nunca foi novidade para Rodrigo Santana. Além de ser o “caçulinha” da família, o treinador do Atlético agora figura também como o comandante mais jovem do G-4 do Campeonato Brasileiro; posição esta que poderá levá-lo à segunda disputa da Copa Libertadores, a primeira com as próprias forças.

Na quarta colocação da principal competição do país, Santana tem à sua frente na tabela os experientes Jorge Sampaoli, do Santos, Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, e Jorge Jesus, do Flamengo: todos eles com mais de 60 anos.

Aos 37 e com 25 partidas no comando do alvinegro, Rodrigo ganha holofotes e desperta a atenção daqueles que já colecionam voltas olímpicas. Para se ter ideia, Felipão, de 70 anos, é dois mais velho que o Sr. Maciel, pai do técnico atleticano. Atual campeão da Série A, o “dono da prancheta” no alviverde paulista, inclusive, foi um dos a elogiar o “caçula do G-4”.

“O que eu gostei da equipe do Rodrigo é que está bem diferente do Atlético que eu vi e no ano passado quando joguei contra. Esse ano é um time muito organizado taticamente, sabe quem vai buscar, quem vai sair, as passagens como são e as coberturas”, destacou Scolari após enfrentá-lo em maio.

Paixão pelo futebol

Nascido em Santos, no litoral paulista, Rodrigo Santana é apaixonado pela bola desde criança. Quando voltava da escola, ao invés de rumar para casa, seguia para as peladinhas com os amigos de bairro.

O irmão Cristiano, braço-direito e quem atualmente gerencia sua carreira, foi quem o levou para uma escolinha, aos 6 anos. “Eu levei o Rodrigo para jogar num clube e ele foi chorando, porque preferia jogar na rua”, conta ao Hoje em Dia. “Dei o apoio à carreira de jogador e agora cuido das coisas extra-campo dele; faço o papel de irmão mais velho, agente e fiel escudeiro”, acrescenta.

Próximo desafio

Amanhã, quando encara o Fluminense pela 14ª rodada do Brasileirão, o treinador do Galo vai em busca de ascender na tabela de classificação e também de uma meta pessoal: caso não perca para o time carioca, ele chegará a onze jogos sem perder no Independência; desde que assumiu o time no lugar de Levir Culpi, ainda não sabe o que é ser derrotado no Horto.

Com 24 pontos conquistados em 39 disponíveis, o Atlético tem oito a menos que o líder Santos, quatro a menos que o Palmeiras, segundo colocado, e possui a mesma pontuação do Flamengo, terceiro, mas com pior saldo de gols: nove do rubro-negro contra seis dos mineiros. No retrovisor, Santana e seus comandados têm o Corinthians, com, 23 pontos, e o São Paulo, com 21. Cabe lembrar que, em evolução na temporada, o Galo não é vazado há quatro duelos.

Dentro de casa

Filho exemplar, como relatam Seu Maciel e Dona Isaura, Rodrigo Santana também se fez um ótimo pai; quem afirma é a esposa Gabriela, aniversariante do dia. Mãe da Sofia, de oito anos, Rodriguinho, de seis, e Salomão, de dois, ela completa 34 anos hoje.

“O Rodrigo é um pai maravilhoso e muito presente! Ele se faz presente mesmo quando está viajando. Sempre liga para as crianças por vídeo, e quando chega em casa é a maior alegria”, conta a esposa. “Ele é um bom marido também. Sempre que pode, está comigo, afinal, ele tem trabalhado mais do que nunca e vem se dedicando muito”, acrescenta.

Casada com o técnico do Atlético há 11 anos, a “Senhora Santana” afirma que, quando se conheceram, Rodrigo não era tão sério como hoje. “Ele era tímido, mas já amoroso. Eu fazia teatro junto com o irmão dele, o Thiago. Um dia ele foi buscá-lo e acabamos nos olhando”, conta Gabi. “Depois marcamos de nos encontrar e começamos a namorar”, conclui.

Em relação às mudanças que a família sofreu após o treinador ter assumido a função na equipe principal do Atlético, em abril, Gabriela diz que, aos poucos, todos vão se acostumando com o assédio nas ruas e que aquele susto inicial está ficando para trás.

Bom filho

Além de desempenhar com êxito o papel de pai, Santana também recebeu elogios do patriarca. Aposentado, o ex-funcionário do Porto de Santos não poupa palavras ao falar do filho mais novo. Para ele, o futebol sempre foi o destino do atual comandante do alvinegro.

“Quando criança, ele era goleador nato. Para se ter ideia, marcou 18 dos 22 gols do Jabaquara num campeonato. Até o Manga (ex-goleiro) o elogiou, dizendo que era um craque”, relata Maciel.

Irmão de Vanessa, Thiago e Cristiano, Rodrigo é visto em casa como um cara que sempre foi bastante comportado. Quando soube que assumiria a vaga deixada por Levir, fez questão de ligar para todos. “Fiquei muito feliz e ao mesmo tempo parecia um sonho, talvez eu não consiga expressar a minha felicidade, mas eu chorei muito de alegria e agradeci a Deus”, finaliza Gabriela. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por