Recuperação, sonho do acesso e estagnação: Felipão completa um turno à frente do Cruzeiro

Lucas Borges
@lucaslborges91
18/01/2021 às 22:28.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:57
 (Gustavo Aleixo/Cruzeiro   )

(Gustavo Aleixo/Cruzeiro )

O dia 15 de outubro de 2020 marcou o retorno do técnico Felipão ao Cruzeiro, após mais de 20 anos.

Naquele momento, a Raposa vivia situação delicadíssima na tabela de classificação da Série B, na penúltima colocação, com apenas 12 pontos em 15 jogos.

Nos 19 jogos em que esteve à frente do time celeste desde então (oito vitórias, sete empates e quatro derrotas), Luiz Felipe Scolari viveu diferentes momentos.

De cara, conseguiu comandar uma reação da equipe estrelada, que se afastou do Z-4 e vislumbrou a briga pelo acesso.

Entretanto, uma queda de rendimento da equipe, também justificada pelos problemas extracampo, especialmente em relação aos atrasos salariais, fizeram que o Cruzeiro não só fracassasse no objetivo de voltar à Série A, mas também não se livrasse totalmente do risco de queda.

Com 44 pontos, na 14ª posição, a Raposa encara o Operário-PR, primeiro adversário de Felipão no retorno ao clube estrelado, nesta quarta-feira (20), às 21h30, no Independência, precisando somar pontos para não correr o risco de se aproximar do Z-4.

Relembre a trajetória de Felipão neste turno à frente do Cruzeiro:

Chegada e reação

Após a recusa de outros técnicos, Luiz Felipe Scolari chegou para ser o quarto treinador do time celeste na temporada, com a missão de comandar a reação da equipe na competição.

Com o discurso “pés no chão”, Scolari deixou claro que a prioridade era tirar o Cruzeiro das últimas posições, mesmo com a expectativa criada pela diretoria e pela torcida de que o time conseguisse o acesso. 

E a chegada de Felipão surtiu efeito imediato na Raposa. Com quatro vitórias e três empates nos sete primeiros jogos sob o comando do experiente treinador, os azuis deixaram as últimas posições e abriram oito pontos de diferença para a zona de rebaixamento.

Sonho do acesso

Após a primeira derrota sob o comando de Scolari, o Cruzeiro novamente engrenou uma sequência invicta, com três vitórias e três empates, passando a pensar em voos mais altos no campeonato.

Após vencer o Vitória por 1 a 0, em Salvador, na 28ª rodada, o time celeste, reduziu a distância para o grupo dos quatro primeiros cair para sete pontos.

Triunfos sobre os líderes América e Chapecoense, além da goleada por 4 a 1 sobre o Brasil de Pelotas, com direito a um golaço de Rafael Sóbis, do meio de campo, reacendeu a esperança do acesso no torcedor cruzeirense. 

Entretanto, mesmo com o momento positivo no torneio, o treinador fazia questão de frisar que a meta era livrar o time do rebaixamento.

Queda, problemas e insatisfação

Apesar da reação, a Raposa pecou no excesso de empates e em nenhum momento conseguiu se aproximar do G-4.

Se antes os resultados se sobrepunham sobre o futebol pouco convincente, a realidade mudou.

Os tropeços afastaram o time da parte de cima da tabela e sepultaram qualquer chance de o Cruzeiro disputar a Série A na próxima temporada.

Em paralelo à queda de rendimento em campo, os atrasos salariais, perto de completar três meses, além do 13º, voltaram a atormentar o clube estrelado, deixando tenso o clima na Raposa.

Reclamações públicas, como a de Rafael Sóbis, após a derrota para o Oeste, e a decisão dos jogadores em não se concentrarem para essa mesma partida, em protesto às pendências da diretoria com os colaboradores, escancaram a crise na Toca II.

Entre o elenco e a diretoria, Felipão tenta gerir a crise. Mesmo com um tom concilidador, utilizando de sua experiência para blindar o grupo, o treinador deixou claro sua insatisfação com o momento no clube estrelado.

Apesar de ter contrato até o fim de 2022, a permanência de Felipão no Cruzeiro para a próxima temporada é incerta.

Em entrevistas recentes, o experiente deixou claro a necessidade de a diretoria cumprir aquilo que foi combinado no momento de sua chegada.

Salários em dia e a montagem de um elenco forte para 2021 são fatores essenciais para a continuidade do técnico pentacampeão à frente da equipe celeste.

Enquanto pensa no futuro, Luiz Felipe Scolari comanda o Cruzeiro nos três jogos restantes da Série B, com o objetivo de evitar o rebaixamento e concretizar o objetivo destacado por ele desde o dia 15 de outubro.

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