Reencontro na Copa mostra 'safra perdida' seis anos após final olímpica entre Brasil e México

Cristiano Martins*
csmartins@hojeemdia.com.br
28/06/2018 às 23:58.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:04
 (Reprodução/Revista Placar)

(Reprodução/Revista Placar)

“Um momento fascinante de transição no futebol brasileiro”. O trecho de um artigo publicado pela tradicional rede britânica BBC às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2012 mostra como eram otimistas as expectativas sobre a geração brasileira liderada por Neymar. Seis anos depois, o reencontro com o algoz México na Copa do Mundo traz a lembrança do tropeço em Londres e reforça o quanto aquela safra acabou “desperdiçada”.

Muito além do atacante recém-artilheiro da Copa Libertadores, a equipe reunia nomes cobiçados no mercado europeu, em especial Paulo Henrique Ganso (Santos), Lucas (São Paulo) e Oscar (Internacional). Sem falar nas joias que já haviam movimentado milhões em transferências internacionais, com destaque para Alexandre Pato (Milan).

Com entre 25 e 29 anos, os jogadores teoricamente chegariam ao Mundial no auge. Dos 15 garotos convocados à época, porém, apenas o camisa 10 e o lateral Danilo integram o atual elenco canarinho na Rússia – a título de curiosidade, o zagueiro Marquinhos e o volante Casemiro ficaram na relação de suplentes do então técnico Mano Menezes (veja a lista completa abaixo).

A Seleção Brasileira conta ainda com os também medalhistas de prata Thiago Silva e Marcelo na luta pelo hexacampeonato. Os dois, contudo, haviam sido levados para a Olimpíada na cota dos “veteranos” com idades acima dos 23 anos.

 Sem brilho

As maiores estrelas olímpicas ganharam oportunidades e até tiveram algumas boas sequências na Seleção Principal, mas, no momento atual, sequer suscitaram quaisquer dúvidas na lista de Tite. Apenas Neymar alcançou o protagonismo esperado tanto com a Amarelinha quanto nos clubes que defendeu.

Fiel escudeiro do craque no Santos, Ganso foi caindo progressivamente na vala dos jogadores comuns até ser apontado por jornais espanhóis como uma das piores contratações da temporada espanhola, pelo Sevilla, no ano passado.

Oscar viveu bons momentos no Chelsea (conquistou a Liga Europa e duas edições da Premier League) e foi convocado para a Copa de 2014, mas acabou marcado negativamente pelo fracasso no Brasil. Assim como Alexandre Pato, recebe hoje grandes salários na China, bem longe dos holofotes e do mais alto nível de competitividade.

Lucas, por fim, chegou ao Paris Saint-Germain como maior transação da história do futebol brasileiro, mas não conseguiu se firmar nos anos dourados do clube e, agora, busca uma guinada no Tottenham.

Por outro lado, é importante ressaltar que dois atletas da geração olímpica disputaram vaga na Copa do Mundo de 2018. São eles o goleiro Neto e o lateral Alex Sandro, ambos testados na Era Tite.Fifa/Divulgação

Seleção Olímpica comandada por Mano Menezes foi derrotada pelo México na final por 2 a 1

 Meninos de ouro

Em comparação, o adversário da Seleção nas oitavas de final da Copa mantém em seu elenco cinco revelações daquela safra campeã sobre o Brasil com vitória por 2 a 1 na final olímpica.

Se o meia Giovani dos Santos só desceu a ladeira após passagens por Barcelona, Tottenham e Galatasaray, o volante Herrera, por exemplo, é o capitão e um dos destaques do Porto, atual campeão da liga lusitana.

“O México tem, na minha opinião, a melhor geração da história do nosso futebol. A grande maioria dos nossos jogadores atua na Europa e tem belos currículos”, avalia o ex-zagueiro Gabriel Anda, que disputou o Mundial de 2002 pela seleção.

Relembre a lista de convocados em 2012:

Goleiros: Rafael Cabral* (Santos) e Neto (Fiorentina)
Laterais: Danilo (Porto), Rafael (Manchester United), Alex Sandro (Porto) e Marcelo (Real Madrid)
Zagueiros: Thiago Silva (Milan), Bruno Uvini (São Paulo) e Juan (Internazionale)
Meio-campistas: Rômulo (Vasco), Sandro (Tottenham), Lucas (São Paulo), Paulo Henrique Ganso (Santos) e Oscar (Internacional)
Atacantes: Hulk (Porto), Neymar (Santos), Alexandre Pato (Milan) e Leandro Damião (Internacional)
Suplentes: Gabriel* (Milan), Marquinhos (Corinthians), Casemiro (São Paulo) e Giuliano (Dnipro)
*Devido a lesão, Rafael Cabral foi cortado e substituído por Gabriel*Colaborou Henrique André

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