Resíduos gerados no Mineirão, durante a Copa, serão destinados à reciclagem

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
05/06/2014 às 07:56.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:52
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Visto de longe, o Mineirão pode ser considerado uma grande estrutura cinza, com o verde do gramado quebrando o cenário monocromático. Contudo, no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quinta-feira (5), juntamente com o Dia Nacional da Reciclagem, o estádio se mostra preparado para dar sequência à sustentabilidade – presente no projeto de reforma para a Copa do Mundo – principalmente no tratamento do lixo.

Prestes a receber seis jogos do Mundial, o Gigante da Pampulha armou um “exército” de 300 pessoas, munidas de vassouras, rodos, luvas, esfregões e baldes. A empresa responsável pela limpeza aumentará em seis vezes o efetivo em relação aos jogos “normais”. Tudo porque há previsão de acréscimo de 100% na quantidade de lixo produzida. A expectativa é de que uma tonelada de materiais, em média, seja encontrada nas arquibancadas e demais estruturas.

A Tarefa Soluções em Conservação e Limpeza, de Belo Horizonte, é quem presta serviço para a Minas Arena e, a partir da próxima quinta-feira, será parceira da Fifa na conservação do estádio. Ela não participa da reciclagem, mas coleta todo o lixo gerado, realiza uma separação prévia dos materiais e os doa para a Associação de Catadores de Papelão e Materiais Reutilizáveis (Asmare), maior cooperativa da categoria na Grande BH.

“Até por conta da liberação de bebida alcoólica dentro do estádio, iremos aumentar o número de pessoas da equipe, no Mineirão, de 50 para 300. A média da quantidade de lixo que recolhemos é de 600 quilos. Estamos prevendo agora que haverá de uma a 1,2 tonelada de materiais recolhidos”, afirma o diretor da Tarefa, Luiz Felipe Melo.

E a preocupação não está somente dentro das dependências da arena. Nos arredores, quem tomará conta da higienização das ruas é a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Na parte externa, o lixo chega, normalmente, até a 15 toneladas por jogo. O número tem tudo para ser bem maior, já que, se houver manifestações da mesma natureza daquelas que aconteceram em 2013, a quantidade pode chegar a 20 toneladas em um único dia.

Limpeza em duas horas

Em relação à coleta de lixo, após as partidas, são necessárias duas horas de serviço para deixar o Mineirão limpo. A estratégia é posicionar os auxiliares no que o diretor da Tarefa classifica como “fila indiana”. “Eles descem cada lance de arquibancada até chegar ao nível do gramado e abastecem três compartimentos que, posteriormente, ficam sob cuidado da Asmare”, detalha Luiz Felipe.

Usina solar própria abastece o estádio

Reformado a partir de 2010 e com obras concluídas em 2013, o Novo Mineirão ficou atento às questões do meio ambiente em toda a fase de reformulação. O estádio, na Copa do Mundo, se tornará a primeira arena esportiva com uma usina solar.

Na cobertura do estádio, foram instalados 6 mil painéis fotovoltaicos, que transformam energia solar em elétrica. A geração de eletricidade é suficiente para abastecer 1,2 mil residências.

Dez por cento da energia produzida é consumida pelo próprio Mineirão. Os outros 90% são mandados para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). “Estamos investindo em infraestrutura da energia, para que a Copa ocorra de forma tranquila, sem riscos de falta durante a execução do evento. Depois, esse investimento ficará para a população da capita mineira nos próximos anos”, afirmou o superintendente de Tecnologia e Energias Alternativas da Cemig, Alexandre Bueno, quando a usina entrou em pleno funcionamento, no começo deste mês.

Entulhos e água

Além disso, a obra contou com o reaproveitamento de entulhos da demolição do antigo estádio. Os materiais que iriam para caçambas foram usados na construção de rampas e pavimentação de ruas. O lugar também tem capacidade de reutilizar água da chuva para uso interno.

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