Rivalidade & amizade: inspirados por esposas e filhos, Patric e Dedé fortalecem laços em família

Henrique André
13/11/2019 às 13:16.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:40
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

"Eu fico com a pureza da resposta das crianças". O trecho de uma das canções mais famosas do saudoso Gonzaguinha ilustra perfeitamente o lado oposto das cenas de violência e intolerância registradas no último clássico entre Cruzeiro x Atlético. Para provar que a rivalidade entre celestes e alvinegros também envolve amizade sincera e muito amor, contamos hoje a relação de cumplicidade entre esposas e filhos do lateral-direito Patric e do zagueiro Dedé.

Amigas há quatro anos, Chai Palhano, esposa do atleticano, e Patrícia Gonçalves, casada com o camisa 26 da Raposa, se conheceram por meio de uma célula (grupo de orações). Sem saberem as histórias umas das outras, ali, elas mal imaginavam que anos depois se chamariam de "irmãs" e que os filhos seriam melhores amigos.

"Temos uma história linda. Nos conhecemos num grupo de oração, quando ela (Chai) tinha acabado de ganhar o Dominic e eu descoberto a minha gravidez do Gabriel. Foi quando o Dedé teve aquela sequência de lesões. A Chai me chamava a atenção pelo brilho dela;  tinha muita luz. E eu, ali, não sabia nada sobre ela", conta Patrícia ao Hoje em Dia.

"Participavam meninas de América, Atlético e Cruzeiro. Orávamos pelos maridos e pelas famílias, sem nenhuma vaidade ou rivalidade. Eu e a Patty nos aproximamos de uma maneira muito grande. Foi amor à primeira vista também entre os nossos filhos", acrescenta Chai.

Apesar de nunca terem assistido ao clássico juntas, já que sempre uma delas vai ao estádio (dependendo do mando de campo), as esposas de Patric e Dedé garantem que isso não seria problema algum. Pelo contrário. "Nos respeitamos muito e, neste jogo especificamente, nos desejamos boa sorte e torcemos pelos nossos maridos", contam.

Amizade entre os "homens da casa"

Apesar da amizade entre as esposas, os jogadores de Atlético e Cruzeiro só foram se conhecer, fora das quatro linhas, no ano passado. No aniversário de dois anos do pequeno Gabriel, a dupla pôde enfim criar laços de amizade e seguir o mesmo caminho que esposas e filhos já haviam adotado há algum tempo.

No Dia dos Pais deste ano, houve até uma surpresa preparada pelas esposas; para elas, inclusive, o melhor encontro de famílias que vivenciaram. Apesar de vestirem "mantos" diferentes no futebol, Patric e Dedé experimentaram a sensação, naquele dia, de vestirem a mesma camisa. Nela, os dizeres estampados (Pai  & Herói & Família & Churrasco) mostravam que a rivalidade dos campo é bem menos significativa do que os laços fora dele.

"Vejo que o futebol é para ser prazeroso e um momento de alegria e comunhão com a família. Diversão, adrenalina e paz. Hoje em dia estamos perdendo isso no esporte. Sempre tem alguma situação chata. Falo que nem são torcedores. O torcedor apoia e alegra o estádio", opina Chai.

"Temos que ter um espírito muito evoluído a cada dia que passa, para poder superar esta rivalidade que as pessoas colocam. É uma coisa muito horrível, que não deixamos entrar nas nossas casas. Eu vibro com gols e bons jogos do Patric e eles a mesma coisa com as boas atuações do Dedé; quando ele fez um gol de cabeça este ano, inclusive, a primeira mensagem que recebi foi da Chai. Vemos de forma diferente. Quero a felicidade deles e tenho certeza que é recíproco. O esporte vai valer a pena no dia em que as pessoas começarem a respeitar os gostos distintos", corrobora Patrícia.Arquivo Pessoal 

Dominic e Gabriel

Herdeiros da amizade criada entre os pais, os pequenos Dominic e Gabriel, de 4 e 3 anos, respectivamente, também colecionam histórias juntos, mesmo com tão pouca idade. Amigos do peito, eles se tornaram inseparáveis desde que foram apresentados, ainda bebês.

"A história de amizade dos dois é linda. O Dominic ama o Gabriel e o Gabriel ama, ama, ama o Dominic. Um serve de inspiração um para o outro", relata Patrícia.

" Existe igualdade e respeito entre os dois. O Dominic aprende muito com o Gabriel e vice-versa. Não há diferença alguma também pelo fato de o Dominic usar uma prótese e ser uma criança especial. O carinho dos dois acrescenta muito na nossa vida. Ele ama a Sophia (filha recém-nascida de Patrícia e Dedé) também. Quer pegar, brincar. É muito gostoso esse carinho e essa amizade", finaliza Chai.

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