
O Cruzeiro tem mais um assunto trabalhista para resolver. O meia Robinho acionou o clube na Justiça do Trabalho e, por meio de liminar, quer que a Raposa declare e reconheça a rescisão de contrato com o atleta no dia 5 de junho de 2020, justamente a data em que uma nota oficial foi publicada no site oficial cruzeirense informando sobre as rescisões do próprio Robinho e do lateral-direito Edílson.
A informação foi antecipada pelo Globoesporte e confirmada pelo Hoje em Dia.
Robinho quer sua liberação imediata do Cruzeiro para ficar 100% livre e acertar com outro clube. Especula-se que o Fluminense seja um dos interessados.
O meia tinha contrato com a Raposa até 2021, mas esse vínculo foi rompido antes do prazo final. E é isso que Robinho deseja reconhecer na Justiça. Como o Cruzeiro está com problemas financeiros, a explicação oficial da diretoria azul é que foi necessário romper o vínculo com Robinho (e também Edílson), porém, os advogados de Robinho alegam que não há uma formalização dessa rescisão até o momento.
O Globoesporte revelou parte do texto peticionado pelo advogado do atleta. "Por aspectos financeiros, de forma unilateral, rescindiu o contrato de trabalho do Autor em 05/06/2020, tendo, inclusive, tornado pública a rescisão no seu site oficial", diz um dos trechos do documento impetrado por Robinho e seus representantes na Justiça do Trabalho.
A situação financeira do clube também foi lembrada na petição. "Ocorre, no entanto, que embora o contrato de trabalho do Autor tenha sido rescindido, até a presente data a rescisão não foi formalizada, provavelmente em razão da delicada situação financeira do Clube (para não se pagar as verbas rescisórias), o que impede o Autor de firmar novo contrato de trabalho, bem como impede que o Autor obtenha novo emprego para a sua manutenção e da sua família", aborda o documento, que também cita a rescisão unilateral por parte do Cruzeiro.
Dívida
Robinho foi um dos jogadores que aceitou repactuar o seu salário após a queda do Cruzeiro para a Série B. O Conselho Gestor, logo que assumiu o clube depois da renúncia de Wagner Pires de Sá (em dezembro do ano passado), tratou de readequar os salários dos jogadores de acordo com a arrecadação do clube para 2020. Estabeleceu-se, inicialmente, um teto de R$ 150 mil, com a diferença sendo dividida conforme um acordo com o grupo de jogadores.
No caso de Robinho, segundo a petição dos advogados, o Cruzeiro tem uma dívida superior a R$ 2 milhões com o meia. E esse valor, que soma exatamente R$ 2.169.792,10, foi dividido da seguinte forma: R$ 1.792.348,86 em 20 parcelas mensais de R$ 89.617,44, a partir do dia 10 de abril de 2021; mais um depósito de R$ 377.771,38 na conta vinculada ao Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS) do jogador até 30 de dezembro de 2021.
O salário mensal de Robinho em 2020 era de RS 450 mil, conforme acordo firmado para renovação contratual no ano passado.