Romário critica leniência do governo federal com CBF e Marin

Gazeta Press
14/05/2013 às 10:33.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:39

Romário voltou a atacar a CBF e seu presidente, José Maria Marin, nesta terça-feira, em entrevista ao jornal "O Globo". O ex-jogador e atual deputado federal criticou também o governo da presidente Dilma Rousseff, que, segundo ele, é leniente com o acúmulo de poder de Marin, que também preside o COL (Comitê Organizador Local), responsável pela organização da Copa do
Mundo.

"Na verdade, o que se alega é que a CBF é empresa privada. Mas ela deixa de pagar alguns tributos ao governo federal. Usa a bandeira nacional, o escudo, o hino nacional e o patrimônio nacional, que são os jogadores... É falta de coragem (a não intervenção do governo federal na CBF)", disse Romário.

O Baixinho se mostrou favorável à participação do governo em decisões tomadas pela CBF. "Se houver realmente atitude, sou a favor. Mas o governo federal não tem atitude alguma num momento delicado como esse. Vai ter em outros? O problema do futebol brasileiro está muito feio. Está em 19º no ranking da Fifa. Vários países sem histórico estão à frente".

O ex-jogador se mostra reticente em relação a algum movimento do governo brasileiro para tirar o presidente da CBF do comando do COL. "Não posso dizer que não acredito. Mas posso afirmar que, se estão se movimentando, só se for em passo de tartaruga. Nada acontece".

Perguntado se passou a atacar a CBF por não ter sido escolhido para participar da organização da Copa, Romário afirmou que nunca sequer passou por sua cabeça fazer parte do COL.

"Nunca foi ventilado pela CBF nem por lugar nenhum. A partir do momento que entrei aqui, vi o quão podre é a CBF. Vou além: quando o Marin assumiu, veio aqui em Brasília, chorou, me abraçou, pediu ajuda, e fui enganado de novo", declarou.

Romário voltou a criticar a realização da Copa do Mundo no Brasil. "As classes A e B do Brasil e os estrangeiros sairão felizes da vida. E as classes C, D e E vão sofrer para ter o gostinho verdadeiro de ter uma Copa em seu país. A verdade é que o Brasil será entregue à Fifa. E tem várias coisas que ferem a Constituição. A Fifa vai levar mais de R$ 3 bilhões e não vai pagar nem R$ 1".

Herói do tetracampeonato brasileiro, em 1994, o Baixinho aponta a Alemanha como favorita para conquistar o Mundial de 2014, e prefere não opinar sobre a seleção que Luiz Felipe Scolari está montando.

"Se escalar uma seleção, não serei justo. A gente tem de confiar sempre. Mas, se o Brasil continuar a jogar como está, infelizmente, com o crescimento dos rivais, nossas possibilidades não serão positivas para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo", disse.

Nesta terça-feira, a partir das 11h30 (de Brasília), Felipão fará o anúncio da lista de convocados para a Copa das Confederações, que acontecerá entre os dias 15 e 30 de junho deste ano.

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