Romário questiona Bolsa Atleta e cobra mais investimento em esporte de base

Hoje em Dia
08/10/2015 às 17:38.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:59
 (Beto Oliveira/Agência Câmara)

(Beto Oliveira/Agência Câmara)

Após a audiência pública para avaliar o Bolsa Atleta, promovida nesta quinta-feira (8) pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, o senador Romário usou a conta dele no Instagram para lançar uma pergunta.
 
"O Estado deve financiar o esporte de alto rendimento?", indaga Romário na rede social, explicando que a questão veio à tona após o jornalista José Cruz, presente à audiência, informar que o governo investe mais no esporte de alto rendimento do que no esporte de base.
 
"Além de trazer medalhas no futuro, o esporte de base pode representar uma mudança social para crianças e adolescentes. Por isso, fica a pergunta pra vocês: o estado deve financiar o esporte de alto rendimento?", completa o enunciado do senador Romário, que presidiu a audiência.
 
No encontro desta quinta-feira, o coordenador-geral do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, Mosiah Rodrigues, apresentou as diretrizes e os principais resultados do maior programa de patrocínio esportivo individual e direto do mundo.  O objetivo da audiência foi avaliar a política pública implementada pelo governo federal há dez anos.
 

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O Ministério do Esporte informa que os investimentos da Bolsa Atleta, que garantem condições mínimas para que os atletas se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições, ultrapassaram R$ 600 milhões na última década. O número de contemplados é da ordem de 17 mil desde 2005.
 
Entre os dados apresentados, destaque para evolução do programa. No primeiro exercício, foram patrocinados 975 atletas, com investimentos de R$ 13 milhões. Já em 2015, o número de contemplados saltou para 6.093 atletas de modalidades olímpicas e paralímpicas. Os recursos são da ordem de R$ 81,6 milhões para 2015. “Esse crescimento é resultado do aprimoramento da Bolsa Atleta e da consolidação da iniciativa como política de Estado, garantida em Lei [Lei 10.891/2004], destacou Mosiah Rodrigues.
 
O programa tem atualmente seis categorias de bolsas: Atleta de Base (R$ 370,00); Estudantil (R$ 370,00); Nacional (R$ 925,00); Internacional (R$ 1.850,00); Olímpico/Paralímpico (R$ 3.100,00); e Pódio (R$ 5 mil a R$ 15 mil). São patrocinados atletas que tenham obtido bons resultados em competições nacionais e internacionais de suas modalidades, independentemente de sua condição econômica. O atleta contemplado recebe, no ano, o equivalente a 12 parcelas do valor definido na categoria.
 
Já para participar da categoria Pódio, a mais alta do programa, o atleta deve estar entre os 20 primeiros no ranking da modalidade ou prova específica e ser indicado pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto em conjunto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) ou Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) e o Ministério do Esporte.
 
A Bolsa Pódio é uma ação do Plano Brasil Medalhas e foi criada após a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paralímpicos de 2016 com a finalidade de patrocinar atletas com chances de medalhas e de disputar finais em 2016. Desde 2013, já foram aprovados no programa 255 atletas olímpicos e paralímpicos, com bolsas que variam entre R$ 5 e R$ 15 mil. Pelo Brasil Medalhas, o Ministério do Esporte e empresas estatais também apoiam mais 179 atletas de modalidades coletivas (olímpicas e paralímpicas). Os recursos do Plano para esses 434 atletas já somam outros investimentos na ordem de R$ 287,3 milhões.
 
De acordo com os dados divulgados, do total dos contemplados em 2015, nas categorias de Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpico/Paralímpico, 42% são do sexo feminino e 58% do sexo masculino. Setenta e nove por cento são atletas olímpicos. Quanto ao critério de tipo prova, 30% são de esportes coletivos e 70% de esportes individuais. Apenas 4% dos atletas contemplados declararam, no ato de adesão, receberem outros patrocínios além da Bolsa Atleta.
 
Já na categoria Pódio, 40% dos contemplados são do sexo feminino e 60% do sexo masculino. O número de atletas olímpicos responde por 63% do total e 37% são paralímpicos.

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