O técnico Luiz Felipe Scolari tentou acabar, na terça-feira (23), com a disputa entre Kaká e Ronaldinho Gaúcho por uma vaga na lista da Copa das Confederações. Na prática, ele deixou a impressão de que a “briga” existiu, mas parece já ter um vencedor, o craque atleticano, que tem tudo para fazer do amistoso contra o Chile, às 22h, no Mineirão, o jogo da sua confirmação na Seleção Brasileira para a competição que será disputada no Brasil, entre 15 e 30 de junho.
R10 e Kaká, há sete anos, eram os responsáveis pela armação das jogadas no “quadrado mágico” do time de Carlos Alberto Parreira, que chegou como favorito à Copa da Alemanha, mas caiu nas quartas de final.
Além disso, são os dois últimos brasileiros a levarem o prêmio de melhor do Mundo da Fifa. Ronaldinho ganhou o troféu em 2004 e 2005, quando defendia o Barcelona, da Espanha, e Kaká, em 2007, como jogador do Milan, da Itália.
Pela história da dupla, participar de teste para defender a Seleção na Copa das Confederações, que ambos já venceram – Ronaldinho em 2005, e Kaká em 2005 e 2009 –, pode parecer até desrespeito à trajetória dos dois com a camisa amarela.
Pelo menos para o craque do Galo, a situação não parece criar incômodo. Antes do treino de ontem, no Mineirão, ele foi extremamente mineiro ao analisar a situação. “É uma briga saudável. O Kaká é um grande amigo. Quem será chamado é uma pergunta que tem de ser feita ao treinador”, afirmou R10.
Até o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira dá dicas de que R10 está em vantagem: “Convocação quem faz é o Felipão. Mas esquece Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Quem joga tem sempre vantagem em relação a quem não tem uma sequência”.
E isso é destacado pelo próprio treinador, que não escondeu a vantagem de Ronaldinho, que enfrentou a Bolívia e encara o Chile. E, como capitão nos dois jogos – a braçadeira, no amistoso desta quarta, lhe foi garantida –, Scolari mostra ter confiança no que R10 pode representar para o grupo da Seleção.
Atraso
Após o jogo contra a Bolívia, em março, em Santa Cruz de La Sierra, Scolari fez muitos elogios a Ronaldinho, que foi o seu capitão. Segundo ele, o jogador teve influência muito positiva sobre os mais jovens, inclusive em relação a horários.
Na apresentação da Seleção, na noite de segunda-feira, Ronaldinho chegou com 25 minutos de atraso. Terça, se justificou. E garantiu que a imprensa entendeu errado, pois, segundo ele, o jantar seria às 19h30, cinco minutos após sua chegada. A assessoria de imprensa da CBF havia divulgado que a apresentação dos atletas seria até as 19h.
De toda forma, a expectativa é de que o craque não perca a chance de brilhar no novo Mineirão, definido por ele como “muito bom e bonito”. Uma certeza é de que não vai deixar seu estilo de lado: “Alegria sempre. É preciso jogar com seriedade, mas sem perder as características”.