Rossi lamenta ter que largar em último, mas não desiste de título

Estadão Conteúdo
05/11/2015 às 17:57.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:21

Valentino Rossi terá mesmo que largar no último lugar do grid na prova que vai definir o campeão da temporada 2015 da MotoGP: ele ou o espanhol Jorge Lorenzo. Nesta quinta-feira (5), o italiano teve rejeitado o recurso que pediu à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).

Após a decisão da corte suíça, Rossi se juntou aos espanhóis Lorenzo, Marc Márquez e Dani Pedrosa e concedeu entrevista coletiva na abertura dos trabalhos para a etapa de Valência, domingo, na Espanha. O piloto da Yamaha, hexacampeão da principal categoria da motovelocidade, lamentou o desfecho do caso, mas disse que não vai desistir de disputar o título.

"Infelizmente, largar no fim do grid deixa tudo muito difícil. Já era difícil, mas largar em último torna as coisas na corrida ainda mais duras. Mas estou aqui e temos que tentar ao máximo e estar concentrados para tentar fazer um bom trabalho durante o fim de semana para chegar o mais rápido possível na corrida. Aí é largar e ver o que acontece", comentou Rossi.

O italiano, que lidera o campeonato, entrou com uma ação na mais alta corte do esporte tentando cancelar, ou ao menos reduzir, a punição imposta pela direção de prova da etapa da Malásia da MotoGP, em razão das suas ações na corrida realizada no circuito de Sepang. Há duas semanas, aparentemente atingiu propositalmente o espanhol Marc Márquez, o atual bicampeão mundial, com o joelho em uma disputa de posição. Márquez abandonou a corrida em Sepang, enquanto Rossi foi o terceiro colocado, sendo posteriormente punido.

O incidente causou grande repercussão, causando troca de farpas entre espanhóis e italianos, em disputa que envolveu a opinião pública e até políticos dos dois países. A versão italiana do programa de TV Custe o Que Custar (CQC) chegou a invadir a casa dos pais de Márquez para entregar a ele um troféu provocativo em forma de pênis. Repórteres e familiares do piloto trocaram agressões e ambas as partes prometem ir à Justiça.

"Honestamente, tem sido uma das semanas mais difíceis da minha vida. Eu tentei esquecer e me concentrar em me preparar para a última corrida e honestamente não foi possível me preparar da forma normal. Como todos sabem, foi difícil, mas estou aqui com minha segunda família: a minha equipe", disse Márquez. Com seis abandonos ao longo da temporada (contra um de Lorenzo e nenhum de Rossi), o bicampeão não disputa o tri.

Rossi é o líder do campeonato, com uma vantagem de sete pontos para o espanhol Jorge Lorenzo, o seu companheiro de equipe na Yamaha. Para conquistar o seu primeiro título desde 2009 sem precisar de uma combinação de resultados, o italiano precisará ultrapassar praticamente todo o pelotão e terminar a etapa de Valência na segunda colocação.

Entre um compatriota e o colega de equipe, Lorenzo tenta ser político: "Tenho que respeitar a decisão. Para ser honesto, cheguei aqui (em Valência) com a determinação de só focar na prova, que é importante para mim. Eu não quero falar sobre nada além do que vai acontecer na pista".

Lorenzo, entretanto, não está tão alheio assim à polêmica. No pódio de Sepang, ele fez sinal com o polegar para baixo enquanto Rossi recebia seu troféu. Nesta quinta, ele pediu desculpas. "Foi um erro o gesto que fiz no pódio. Eu assumo isso e quero pedir desculpas a todas as pessoas que assistiram a isso pela TV, porque isso não é um exemplo esportivo, principalmente para os jovens ao redor do mundo."
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