Rotina mineira: Atlético e Cruzeiro estarão mais uma vez no STJD por brigas no clássico

Alexandre Simões
20/11/2019 às 18:26.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:45

O fim dos clássicos com torcida dividida, a maior marca da chamada Era das Novas Arenas, trouxe uma triste realidade para o futebol mineiro, que é a violência nos jogos entre Atlético e Cruzeiro, principalmente nos confrontos válidos pelo Campeonato Brasileiro, dentro dos estádios. Após o fechamento do Mineirão para reforma, para que ele pudesse ser uma das sedes das Copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014), esses conflitos provocaram várias perdas de mando de campo aos dois clubes.

E eles podem ser novamente penalizados nesta quinta-feira, pois estarão no banco dos réus no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, a partir das 13h, por causa dos fatos registrados no empate sem gols no último dia 10, no Gigante da Pampulha, pela 32ª rodada da Série A (Veja na arte ao lado o relato dos fatos, os artigos em que serão julgados e o histórico de punições).

O que impressiona é que nos dois lados os dirigentes têm a certeza de que é justamente a nova forma de divisão de ingressos a principal causa de tantos tumultos nos clássicos entre os dois rivais nesta década.

“Eu tenho comigo e sempre tive que os 10% dos torcedores que vão lá, a grande maioria vai com a intenção de brigar. Em estádio de futebol ninguém consegue dar garantias. É diferente de vôlei, natação. Para quê 10%? Só para causar confusão. Os baderneiros de sempre não falham. Se uma pessoa deixar de morrer, é lucro”, afirmou Zezé Perrella, presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro e gestor do futebol do clube, em entrevista ao programa Grande Resenha Esportiva, da Rádia Itatiaia.

O presidente atleticano, Sérgio Sette Câmara, tem opinião idêntica em relação aos 10%: “Eu não chamaria nem de torcedores. São pessoas que vão com o intuito de brigar. Isso afasta o torcedor que a gente quer no estádio, que leva seus filhos, sua esposa... A gente quer ver o estádio cheio de gente de bem. Futebol é diversão, não é um campo de batalha”, disse o comandante alvinegro em entrevista ao mesmo programa.

A Polícia Militar (PM) valida o que pensam os dirigentes. “Já nos posicionamos algumas vezes de que para nós (PM) é melhor o equilíbrio de torcidas. É mais fácil operar metade/metade do que com uma torcida maior que a outra”, afirmou o Major Flávio Santiago, porta-voz da corporação, em entrevista ao Hoje em Dia

AÇÃO

Diante dos fatos do 10 de novembro, os dois clubes decidiram que os próximos clássicos entre eles serão com torcida única. Pelo menos por enquanto. No ano passado, chegou a acontecer um acerto entre Atlético e Cruzeiro para que os confrontos voltassem a ser com o Mineirão dividido ao meio.

Mas desde o acerto, episódios polêmicos nos clássicos seguintes, todos eles protagonizados por dirigentes de ambos os lados, minaram a relação entre os dois clubes, e o projeto torcida dividida foi abandonado.

Sim, cartolas abusam do direito de tumultuar o pré-clássico, principalmente no que se refere a ingressos da torcida visitante, que muitas vezes têm preços abusivos.

Nesta quinta-feira, os dois clubes saberão a partir das 13h o que lhes renderá os problemas do último clássico, situação que já se tornou uma rotina nesta década.

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