Só o Mineirão não resolve a violência entre as torcidas

Bruno Moreno e João Alberto Aguiar - Do Hoje em Dia
24/08/2012 às 08:58.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:43
 (Carlos Rhienck/Arquivo Hoje em Dia)

(Carlos Rhienck/Arquivo Hoje em Dia)

A volta dos jogos de futebol ao Mineirão, no ano que vem, não vai solucionar o problema da violência entre torcedores, conforme apostam dirigentes dos clubes de Minas Gerais e autoridades de segurança do Estado.

As limitações dos acessos ao Independência foram apontadas, na última terça-feira, como razão da determinação de torcida única no clássico Cruzeiro x Atlético de domingo.

Porém, especialistas ouvidos pelo Hoje em Dia e as estatísticas mostram que a maior parte das brigas e mortes de torcedores ocorre em pontos longe dos estádios.

O que leva à conclusão de que inibir a presença de atleticanos no Independência não garante a paz entre os torcedores rivais pela cidade.

O que é comprovado pelo próprio comandante do Policiamento Especializado da PM, coronel Antônio Carvalho Pereira. “A maior parte (dos crimes dos torcedores) aconteceu em outros eventos ou longe do estádio. Por isso, vamos colocar policiamento em vários pontos da cidade e acompanhar o deslocamento das torcidas”, diz.

Ele faz um pedido, no mínimo, controverso. “Pedimos que os atleticanos não saiam de casa usando a camisa do clube no domingo”.

Mesmo com a reabertura do Mineirão, se não houver sensibilização ou responsabilização dos torcedores brigões, a violência não terá fim.

“O Estatuto do Torcedor é falho com relação à punição do torcedor que comete crimes. O fato de proibir que ele vá ao estádio em dias de jogos não o impede de ir para a rua”, diz o advogado Antônio Sérgio Figueiredo dos Santos, membro da Comissão de Esportes da OAB.

A professora de Sociologia do Esporte da Universidade de Campinas, Heloisa Reis, cobra mais responsabilização dos clubes.

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