'Salvação' para ex-presidente, empréstimo de R$ 300 mi não quitaria dívidas do Cruzeiro em 2019

Guilherme Piu
@guilhermepiu
21/05/2020 às 02:12.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:33
 (Vinnicius Silva/Cruzeiro)

(Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Vinnicius Silva/Cruzeiro

 O déficit revelado no balanço financeiro do Cruzeiro no exercício de 2019 chocou o torcedor do clube. A gravidade do rombo de R$ 394 milhões é tão "monstruosa" que a dívida não seria quitada nem mesmo com o empréstimo milionário que os conselheiros da Raposa aprovaram - mas que não foi consolidado - no começo do ano passado. E houve quem fizesse promessa de que o montante seria capaz de equilibrar a balança celeste.

Em fevereiro de 2019 os conselheiros da Raposa decidiram por maioria absoluta em assembleia aprovar um empréstimo vultuoso no valor de R$ 300 milhões. De acordo com o então presidente do Cruzeiro Wagner Pires de Sá, um dos autores da proposta, esse dinheiro seria "a salvação para as finanças do clube". Porém, o empréstimo que acabou não chegando aos cofres celestes - por causa das denúncias que colocaram em xeque a idoneidade de dirigentes do Cruzeiro - pagaria só 76% do montante total da dívida acumulada no ano passado.

Para mostrar o quanto a dívida contraída pelo Cruzeiro na última temporada é completamente fora da curva, o clube mineiro sozinho soma déficit maior do que Corinthians (R$ 177 milhões), São Paulo (R$ 159 milhões), Internacional (43,5 milhões), Fluminense (R$ 9,3 milhões) e Vasco (R$ 5 milhões) juntos. Todos esses valores relativos aos déficits de cada equipe também em 2019 segundo os balanços do referido exercício. 

Pra que o empréstimo?

Pressionado a renunciar no fim de 2019 após lidar com denúncias de má gestão e também por causa do rebaixamento do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá dizia, ainda quando presidente, que buscar um empréstimo em fundos internacionais faria o Cruzeiro ter apenas um credor e diminuiria o peso dos juros nas contas do clube.

"Vamos trocar dívidas que nós temos internamente com taxas de juros altíssimas, que chegam numa média de 2% ao mês, por uma de 0,68% (ao mês). Então, foi uma grande vitória, e graças a Deus nós tivemos a aprovação unânime do Conselho. Na verdade, teve dois votos contra. Bom isso, pois toda unanimidade é burra”, disse à época o agora ex-presidente.

A proposta, até então, era pegar esse empréstimo de R$ 300 milhões e pagá-lo em cinco anos, tendo um ano e meio de carência e três anos e meio para quitar prestações semestrais. Esse modelo de negócio colocaria o clube com parcelas a serem amortizadas até 2024. 

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